Fugindo às próximas modificações do
regime que, em Janeiro do próximo ano,
lhes retirará alguns benefícios,
3.000polícias meteram, já, a papelada para
passarem a uma reforma anticipada.
Não serei eu a censurá-los, neste caso.
Convém referir que, reformas àparte,
havia, já, um deficit de
4.ooo polícias,
nos efectivos ( e isto, só na PSP).
Estas lacunas são mais acentuadas nos
grandes centros urbanos, casos do Porto
e Lisboa, e resultam, em parte, da
deslocação de pessoal para outros serviços:
Aeroportos, Investigação, Fiscalização de
Armas e Explosivos, Ambiente, etc, etc.
Resultado: se já havia pouquíssima gente
a patrulhar as ruas, como vai ser, daqui
para a frente?
Após o mês de junho poderão entrar
1.200candidatos. E, repito:
PODERÃO.
Para os
3.000 que saem...
tal como dizia o saudoso Engenheiro:
É... fazer as contas.
Relativamente à Polícia Municipal de Lisboa,
por exemplo, sendo o efectivo de
800 homens
( o que já era uma fartura), só existem
400.O Senhor Ministro da Administração Interna
deve ter outros problemas, mais prementes,
a assoberbá-lo, pelo que entende não ter
comentários a fazer.
O Governo encontra-se a ponderar quais as
prioridades do combate ao crime, decerto
esticando aqui, puxando acolá, tudo indicando
que, no fim, irá saír obra asseada.
O que eu - pagadora de cada vez mais impostos-
sei, é que tenho quatro elementos da minha
Família mais próxima, que, à saída das aulas,
em diversos locais da capital, como o liceu
Camões, o
Pedro Nunes ou a zona
próximado I.S.T., são, sistemáticamente, assaltados.
Foi assim durante o último ano lectivo,
e repete-se o cenário, desde meados de
Setembro. Neste forrobodó, em dois meses,
um deles já foi vítima de quatro assaltos.
Passou a andar com relógio e telemóvel das
marcas mais ranhosas que pode arranjar.
Ténis velhos, blusão "vagabundo".
Eis ao que chegámos.
Para ajudar á festa, entretanto, esse mesmo
jovem deslocou-se, no passado Sábado à praia
de
Carcavelos (de saudosas lembranças) com
outros três amigos, para uma tarde de
Bodyboard.
Foi só afastarem-se para um mergulho e,
quando olharam para trás, já nem mochilas,
nem roupas, nem sapatos, nem- e isto foi o pior-
os óculos graduados.
Ficaram, a pingar, dependentes do dono de um
bar, que os deixou lançar o SOS
para as respectivas famílias.
Continuem, pois, os responsáveis, a assobiar
para o ar e, estamos aqui, estamos como
no Brasil: o povo a armar-se e a fazer justiça
por suas mãos, já que o Estado não cumpre
os seus deveres primordiais.
A segurança dos cidadãos não se compadece
com restrições orçamentais.
Era bom olharem, atentamente, o que
está a passar-se em França e tirarem daí
algumas conclusões que se vejam.
Cá por casa, uma situação semelhante, era
bem capaz de descambar numa rebaldaria
ao geito de uma Guiné- Bissau.
E já esteve mais longe.
TLIM