3 Ecos da Falésia: outubro 2006

terça-feira, outubro 31, 2006

INVEJAS

Comunicado de Manuel Maria Carrilho à Imprensa:
"Dada a frequente coincidência das reuniões na Câmara e no Parlamento, é normal que tenha de solicitar a minha substituição, em algumas reuniões camarárias, o que, de resto, o próprio Presidente e todos os vereadores têm feito".

Ora pois nada mais natural e cabe, aqui, sublinhar a constante embirração ( fruto óbvio de invejas), de que Carrilho é vítima e que já vem dos tempos da sua polemizada Campanha para a Câmara de Lisboa.
A relevância dada, então, a um simples virar de costas, entre outras alegadas "atitudes arrogantes" (inveja, outra vez), haveria de ser-lhe fatal para o resultado das eleições.

Continua, ainda, nos dias que correm, a constatar-se a má vontade da Imprensa que veio, agora, acusá-lo de ter falhado 234 votações, na CML.
Esquecem-se é de esclarecer que compareceu a 7, não é?

E quanto às sessões parlamentares, admiram-se por ele ter faltado a umas 23, num total de 61, no decorrer do ano de 2005.
Lá está: A ver se disseram que marcou presença noutras 38?
Foram em maior número aquelas, às quais compareceu, do que as outras a que não conseguiu estar presente.

E, vamos lá a ver uma coisa:
Há ou não há mais vida para além de sessões de Câmara e Parlamento?
Um homem não é de ferro e, sem umas pequenas ausências, aqui e ali, como teria arranjado tempo para congeminar um best seller?
Ou para escolher gravatas?
Ou para dar entrevistas à CARAS?
Ou para levar o Dinis Maria a iniciar-se nas idas à Feira do Livro?
Ou para os encontros com o Rangel?

E, depois, francamente, isto só vem, mais uma vez, demonstrar a característica e tremenda falta de organização do País.
Como é possível que as sessões da Câmara e do Parlamento se realizem à mesma hora, em locais completamente opostos? Anda tudo a dormir, com tanta gente a tentar ganhar o seu, com o maior sacrifício, trabalhando, esforçadamente, em ambos os locais?

No meio desta história, ainda há outra coisa que me tem custado bastante a engolir:
É a falha, imperdoável, que resultou da omissão, pela RTP, do nome deste GRANDE PORTUGUÊS, entre os que figuraram na lista de sugestões.

Ou foi grande ignorância, ou pura INVEJA.
Mas inclino-me mais para a segunda.

TLIM

segunda-feira, outubro 30, 2006

SESIMBRA - DEPOIS DA CHUVA




A Praia da Califórnia ficou diferente. Houve mais deslizamentos de terra, na zona da falésia e quanto à famosa instabilidade de certos rochedos, nada se sabe.
Há sempre quem se entretenha a arrancar os avisos de perigo de permanência ali por baixo e, na verdade, até agora, tudo o que tem sido feito foi colocar tabuletas, que pouco duram no local.
Local que, aliás, é o preferido pelos banhistas, em época de Verão.
Até ao dia em que um pesado pedregulho venha por ali abaixo, estragar o penteado a alguns deles.
Aí, claro está, interdita-se a praia e descansam as consciências.
Se em Entre-os-Rios, foi o que foi e não houve responsáveis, olhem: Azar de quem lá estava.
As falésias estão instáveis?
- Olhe que não, olhe que não.

As autoridades competentes têm vindo, até hoje, a jogar, entre elas, o famosíssimo Jogo do Empurra: Eu não sou, tu não és, nós não somos os responsáveis pela situação.
INAG (Instituto da Água), Instituto do Ambiente, Capitania do Porto de Sesimbra, Câmara Municipal e outros, têm mais o que fazer.
A Câmara, por exemplo, anda ocupadíssima em conceder as licenças de construção destinadas a todos os cantinhos de terreno onde possa encaixar-se mais um empreendimento.
Brevemente, por baixo do Bloco do Moínho vai estender-se outro imenso mastodonte, não menor do que o chamado "Mar da Califórnia".

Tudo a bem do Turismo e do Desenvolvimento.
Valha-nos (ainda) o mar e o sol.
Espaço para tomarmos contacto com eles é que vai ser, de cada vez, mais escasso.

Talvez, dentro de alguns anos, seja atribuída , a cada munícipe, uma licença (paga, evidentemente), onde esteja estipulado o horário, restrito, em que poderá permanecer na praia.
Uns poderão ir de manhã, outros à tarde e os de pele mais delicada, à noite.
Porque, para todos e ao mesmo tempo, não vai dar.

TLIM

sexta-feira, outubro 27, 2006

GRANDES PORTUGUESES - PARTE II: MOMENTOS DE GLÓRIA

Começo, logo, por declarar que é raríssimo eu concordar com qualquer idéia vinda da cabecinha do Dr. Fernando Rosas.
Mas quando ele qualifica este programa de "autêntica fantochada", inclino-me bastante a dar-lhe razão.
Na última sessão do dito, apenas os Professores Eduardo Lourenço e José Hermano Saraiva se comportaram como verdadeiros senhores, que são.
Se existisse um prémio para a prestação mais arrogante e malcriada da noite, seria atribuído , ex aequo, ao Dr. Luís Reis Torgal e a Joana Amaral Dias.
Dos restantes, esteve bem Lídia Jorge e os outros tiveram momentos.
Não se entende, muito bem, a presença dum cómico, ali no meio, mas eles lá sabem.
A produção também podia ter fornecido uns casaquitos e umas gravatas a alguns dos presentes, já que fez questão de os colocar num ambiente tão requintado como aquele salão do Palácio Nacional de Queluz.

Mas não queria deixar passar em branco três momentos, divertidos, da noite.
1º Momento:
Ligação à Universidade de Braga, onde intervinha aquela Barbie, que estava de serviço.
Após declarar que, ali, "as reacções estão a ser, no mínimo, empolgantes", dá a palavra ao Professor João Monteiro, que diz, a certa altura:
- "Eu podia citar exemplos de grandes Portugueses, como o Dr. Mário Soares, o Dr. Álvaro Cunhal..." - e interrompe a Barbie:
- "Portanto, o Senhor acha natural os gráficos que a Maria Elisa, há pouco, mostrou, em que há maior tendência para se nomear pessoas já mortas..."

2º Momento:
No mesmo local, tem a palavra Roque Teixeira, Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho:
- "Nós não somos uma geração rasca. (......) Um grande Português também tem que ser irresponsável, como no caso do D. Afonso Henriques que lutou com a Mãe. Tem que ser irresponsável e também ser responsável. Isso é que faz um grande Português."

3º Momento:
Palácio de Queluz, Ana Santos, estudante do 2º Ano, da Escola Superior de Comunicação Social:
-"Por imensas pessoas com quem eu tenho falado, acho DIFICULTÍSSIMO nós escolhermos um grande Português."

Eu cá, acho é que vai ser DIFICULTÍSSIMO, para a Maria Elisa, lidar com os resultados finais... se não os martelarem.

TLIM

quarta-feira, outubro 25, 2006

NÃO, FELIPÃO

Tua aparição
Em toda a emissão
De televisão,
Dá uma imensa irritação.

Tua constante sugestão,
De aliciação,
É uma tremenda amolação.

A utilização
Do teu carão
De galã bonacheirão,
Porém, canastrão,
É uma aporrinhação
P'ra nossa visão.

Olha só que papelão!
Tu tá abusando na chateação,
Viu, bobalhão?
Vê se acaba tua prestação,
Senão...
Tu vai levar um palavrão!!!

TLIM

segunda-feira, outubro 23, 2006

ALERTA FUMADORES

Segundo a edição, de hoje, de "The Independent", os responsáveis pelo Centro de Saúde de Norfolk (Reino Unido), a atravessar sérias dificuldades orçamentais, tomaram a decisão de suspender as cirurgias em doentes que sejam fumadores.
Alegam eles que o processo decorrente de cirurgia praticada numa pessoa com hábitos tabágicos, acaba por ficar três vezes mais caro, ao Sistema de Saúde, quando comparado com o de um não fumador:
O sistema imunitário do primeiro estará diminuído, pelo fumo, os ferimentos demoram mais tempo a cicatrizar e haverá maior risco de contraír infecções post operatórias, nomeadamente, do foro respiratório, havendo, ainda, maior vulnerabilidade quanto a complicações a nível vascular.
Dentro deste quadro, estão suspensas operações de três naturezas:
À anca, ao joelho e às hérnias.
Exige-se, então, ao paciente, que permaneça, sem fumar, durante três meses, ao fim dos quais poderá começar os respectivos exames, com vista à sua cirurgia.

Ora, lendo isto e começando a saber interpretar alguns dos pensamentos do nosso estimado Ministro da Saúde, os fumadores Portugueses bem podem ir esperando pela pancada.
Vai ser um ver se te avias, enquanto a lista de espera das cirurgias irá encolher, de forma surpreendente, dando lugar a mais alguma afirmação, género - Acabou, finalmente, essa praga, que era a enorme lista de espera, nas cirurgias, coisa para que os Governos anteriores revelaram absoluta incapacidade!

Agora, examinando a notícia, com mais atenção, reparamos que os Senhores Doutores de Norfolk sabem que:
Os fumadores têm, exactamente, três vezes mais complicações do que os restantes cidadãos.
Exigem-lhes três meses para deixarem de fumar.
E decretam três tipos de operações, a que, desde logo, eles não irão ser submetidos.

Isto não augura nada de bom, por estes lados.
Lembram-se como se chamava o plano simplificador, anunciado, há meses, pelo nosso Primeiro Ministro?
Era o SIMPLEX 333.

Yo no creo en las brujas, pero que las hay...

TLIM

sábado, outubro 21, 2006

O JUSTO PELO PECADOR

"VAI-TE EMBORA, PORCA, QUE HOJE É DIA DE GREVE!" Esta foi a frase que me acolheu, pela manhã, já no recinto escolar.

Assim começa a carta duma professora, ao Director Do PÚBLICO, de 20 de Outubro.
Segue-se o relato de várias situações e procedimentos que exemplificam tudo o que uma escola não deveria ser.
Lendo aquela carta, não pude deixar de me sentir solidária com quem é obrigado a ganhar a vida, rodeado de delinquentes, tendo escolhido ensinar, em vez de ser guarda prisional.

Estes monstrinhos que pululam e proliferam em muitas escolas Portuguesas foram incubados e têm vindo a desenvolver-se, há tempo demais, num caldinho de cultura composto de permissividade, ausência de hierarquia, maus programas, falta de civismo e péssimos exemplos.

Este menino que, agora, chamou PORCA á sua Professora, decerto terá visto, na televisão, uma manifestação de milhares de professores, de onde sobressaía um cartaz, com a figura dum MACACO e a cara da MINISTRA da EDUCAÇÃO.
E terá concluído:
Se os Se'tores chamam macaca à sua Ministra,
também eu posso chamar porca à minha Se'tora...

É o que se chama pagar o justo pelo pecador.

TLIM

quinta-feira, outubro 19, 2006

FARSA EM TRÊS ACTOS

1º Dia - PRIMEIRO ACTO:
Os Okupas "Teatro Plástico"- barricam-se no interior do Teatro Municipal Rivoli, em protesto contra a previsível gestão privada da sala de espectáculos e para defender "o direito do Povo à cultura". Estão munidos de bons colchões, comida, bebidas, computadores e telemóveis.
O dito Povo, em absoluta falta de solidariedade, borrifa-se para eles.
Dia da proposta do Orçamento de Estado. Azar, quanto a tempo de antena.

2º Dia e 3º Dias - SEGUNDO ACTO:
A Câmara corta-lhes a Electricidade, cortando-lhes, simultâneamente, o pio: Adeus mensagens via Internet e carregamento de telemóveis.
Regina Guimarães, uma nutrida Virago, declara que "a manterem-se as coisas assim ( leia-se: Sem a solidariedade de Isabel Pires de Lima ), qualquer dia, a única hipótese que resta é o recurso à luta armada!"
O País fica borrado de medo.
Mas, com o jogo Porto-Hamburgo, azar, outra vez, com os tempos de antena.

INTERVALO:
À grande educadora do Povo Portuense, Manuela Melo, são oferecidos, de bandeja, 20 minutos, em entrevista na SIC NOTÍCIAS, para poder explicar ao País, como Rui Rio é um gêbo que não percebe pêvas dos assuntos culturais que interessam à cidade.
E como o Povo necessita deste tipo de teatro alternativo, como de pão para a boca.

4º Dia e TERCEIRO ACTO:
Pela fresca, ao raiar do dia, chegam os vilões:
A Polícia entra no teatro e ordena aos Okupas que desimpeçam a loja, rapidinho, e tudo para a Esquadra.
-" Foi como estar dentro dum filme, numa sala de teatro. Uma carga policial tão forte, com tanto aparato! Eu fui acordado com lanternas! "(ai que brutos ) - descrevia o jovem com ar andrógino, batendo as pálpebras, consternado. -"Disseram-nos que só tínhamos 5 minutos para saír e não podíamos utilizar os telemóveis". ( o que deve ser contra os Direitos do Homem)
Mas lá foi acrescentando que "a luta vai continuar".

CORTINA.

Comovente, em toda esta farsa, foi a solicitude do PÚBLICO, que criou um Blogue, especialmente, para dar voz aos meninos.
Vão eles indemnizar a Câmara, pelo desvario, ou a indemnização vai saír, direitinha, dos nossos impostos, como de costume?


TLIM

terça-feira, outubro 17, 2006

UM PRÉMIO DE SONHO

De longe a longe, levamos com uma agradável surpresa, ao abrir a nossa caixa do correio.
Há três dias, metido entre a habitual mistura de facturas, publicidade dirigida e outras coisas menores, vinha um sobrescrito da Via Verde que incluía o folheto "ABRA CAMINHO - Proponha novos aderentes e ganhe portagens grátis".
Cada aderente = 1 ponto.
5 pontos = 1 fim de semana grátis
10 pontos = 1 mês grátis
30 pontos = 3 meses grátis
50 pontos = 6 meses grátis

Absolutamente fabuloso, foi o meu primeiro pensamento. Há crâneos, neste país, que são capazes de congeminar idéias destas e, se calhar, nem fazem, ainda, parte do Governo.
Mal aproveitados, é o que é.

Entrei no elevador, já com os miolos a fervilhar, tentando prever quantos crédulos teria de persuadir, para "abrir caminho" a um prémio tão interessante.
Mesmo acedendo ao menor (5 aderentes), ficava com direito a circular, SEM PAGAR, por onde houvesse Via Verde e durante um fim de semana INTEIRO!
A partir dali, já não parei: Foram os telefonemas locais e interurbanos ( mesmo sem chamadas grátis), as visitas a familiares e amigos e, finalmente, já em desespero de causa, a abordagem à única pessoa do meu prédio que, apesar de muito surda, responde às minhas saudações, no elevador - a simpática velhinha do 4º Esquerdo, a D. Berta.
Custou um bocadito, dada a sua, já citada, dificuldade auditiva, mas, se calhar, justamente graças a ela, lá consegui a assinatura. O que foi uma lança em África, se pensarmos que as únicas deslocações de carro da D. Berta são quando o motorista a leva à porta da igreja, todos os dias, ao fim da tarde, para assistir à missa.

Enfim: Tinha conseguido 5 novos aderentes.
Restava-me rumar a uma loja Via Verde para trocar os pontos e especificar qual o fim de semana destinado a usufruír do prémio.
Bem sei que o estacionamento da Loja do Cidadão aumentou e a bicha, em que tive de aguardar vez, me consumiu uma boa hora e meia. Mas eu não sou de me prender com minudências.
Assim, no próximo Sábado, faça chuva ou faça sol, aproveitando a descida do preço da gasolina, aí vou eu, a papar as portagens todas, até ao Algarve.
Se calhar aproveito para dar um salto a Badajoz, a comprar uns caramelos.
Pernoito num desses apartamentos que fazem preços mais baixos aos Portugueses e, no Domingo, zarpo, outra vez, rumo a Lisboa, talvez algo cansada, mas cheínha de gozo com o dinheiro poupado, graças a este prémio de sonho.

Parafraseando a criancinha do anúncio da TV Cabo:
Há coisas fantásticas, não há?

TLIM

segunda-feira, outubro 16, 2006

GRANDES PORTUGUESES

Tivémos, ontem, o gosto de ver a reaparição de Maria Elisa, com óptima aparência, em 467 locais diferentes, na apresentação do novo e polémico programa cultural da RTP, GRANDES PORTUGUESES.

Salazares àparte, foram-nos dadas a ouvir variadíssimas opiniões, todas elas válidas, embora algumas das seleccionadas, de entre o público anónimo, fossem assás curiosas.
Eu destacaria, por exemplo, a da menina que votava em António Variações, esse típico exemplar da Cultura Lusa.
Ou a outra que elegeria Bárbara Guimarães, outro vulto incontornável do nosso meio Intelectual.

Mas a declaração da noite pertenceu, sem qualquer dúvida, ao ilustre Director Artístico do Teatro Maria Matos, Diogo Infante:
- "O maior Português, de sempre, é Mourinho, sem qualquer dúvida. Nem D. Afonso Henriques conseguiu, algum dia, VISIBILIDADE semelhante!"

Fiquei amarfanhada, tão certeiro foi o tiro que, naquele instante, deitou por terra a aura que, durante todos estes anos, sempre envolveu a figura do Fundador da nossa Pátria.
E, no entanto, quão sábias foram aquelas palavras!

Podia D. Afonso Henriques passar dias e dias a combater Sarracenos ou Castelhanos, à espadeirada, que pouca VISIBILIDADE conseguia, fora dos locais das pelejas, sendo que as informações, sobre as vitórias conseguidas, levavam dias a chegar a outras paragens.
A VISIBILIDADE, dependia, então, exclusivamente, das condições atmosféricas:
Estando um dia de sol, era boa.
Já com nevoeiro, era péssima.

Veja-se, agora, Mourinho: Mesmo residindo na nevoenta Inglaterra, se tiver um simples desabafo gástrico, quase imediatamente, é transmitido o facto ao mundo inteiro, com direito a directos nos Telejornais, mesas redondas com comentadores especializados na matéria e grandes títulos na Imprensa: Onde comeu a sua refeição anterior, qual a ementa, os alimentos estariam em boas condições, vai processar o restaurante, acha que terá sido alguma coisa que lhe puseram na comida, já foi ao médico, receitaram-lhe algum medicamento para os gases, a família ficou preocupada, o que é que acha que as pessoas vão dizer sobre o facto, constrangedor, de ele se descuidar em público, isto poderá a vir a afectar os treinos e por aí adiante.
VISIBILIDADE até dizer basta.

Andava alguém atrás de D. Afonso Henriques, de microfone na mão, a indagar qual o ferreiro onde o nosso Rei mandava fazer as revisões do espadalhão que usava nas batalhas?
Ninguém se interessava.

Já com Mourinho, é só ele abrir a porta do automóvel e pôr um pé no chão e já está rodeado de jornalistas, com mil perguntas pertinentes.

Foi D, Afonso Henriques, alguma vez, solicitado a emprestar a sua imagem para, por exemplo, a divulgação das maçãs de Alcobaça?
Não consta.
Já Mourinho não pára, multiplicando-se em anúncios a bancos, relógios, artigos de toillette e o mais que for.
Não é isto VISIBILIDADE?

Atente-se na figura do nosso primeiro Monarca:
Um primitivo que nem devia saber comer, decentemente, à mesa, ou à távola, ou lá o que fosse.
Em todas as fotografias de época, lá estava ele, sempre com a mesma armadura, ou cota de malha, a mesma espada e o melhor é nem nos referirmos ao seu corte de cabelo e barba: Um desleixo que só visto.
Não admira, portanto, que ninguém se interessasse em promover a sua VISIBILIDADE.
Em que Revistas do Coração é que ele aparecia? Lembram-se de alguma?

Já Mourinho...

Este jovem Diogo Infante, a analisar estes temas com tamanha argúcia ainda é capaz de chegar a Ministro Adjunto do Primeiro Ministro e, quem sabe, em futuras eleições, que surpresas nos reservará, ainda?

Tem, desde já, direito ao meu voto, incondicional, nas listas da Maria Elisa.

TLIM

sábado, outubro 14, 2006

ÉPA, INVENTAM TUDO

- Noites grátis fui eu que inventei! A PT chamou-me, queriam fazer qualquer coisa e eu:
- Aaaahhh, noites grátis! - E o pessoal:
- Ena pá! - E eu: -Pois é! Queres ver? Pst!
-----------------------------------------------
- Viste?
- Portanto: noites grátis é grátis e é para sempre...
- Para sempre, o mais giro é que fui eu que inventei, também; antigamente, as coisas duravam, o máximo dos máximos, vá lá, 3 semanas. E eu:
- Bah, é para sempre! - E a malta:
-É pá, cum catano! - E eu:
- Vai buscar! Queres ver?
--------------------------------------------------
- Pronto. Obrigado; boa noite!
---------------------------------------------------
NOITES GRÁTIS PT / PARA SEMPRE
Dias úteis das 21h às 9h.
Marque * 22 e adira já. Agora é outra conversa.
PT COMUNICAÇÕES.

Uma coisa são os alegres anúncios em que os jovens do "Gato Fedorento" dão a cara.
Outra, muito diferente, é tudo o que está por detrás e que é ocultado ao público.
A saber:
Na passada Quinta Feira, a ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações) exigiu a suspensão imediata da oferta do plano tarifário "PT Free Noites" (sic), alegando "sérias reservas de natureza concorrencial".
A PT Comunicações não concorda, mas acata, tendo suspendido, desde o passado dia 12, a dita campanha.
Estranha-se, então, a continuação da mesma publicidade, na Televisão e nos jornais, como se nada se tivesse passado.
Instada a explicar-se, a PTC diz, apenas, que "vai manter a campanha de captação e registo de interessados".
Só quem ligar o *22 saberá que a promoção está, de momento, suspensa.

Quanto à próxima campanha protagonizada pelo Ricardo, Zé Diogo, Tiago e Miguel, seja qual for o produto, o pessoal vai rir imenso, mas pensará:
- Ena pá, cum catano, gandas malucos! Sempre a gozar com a malta!
Inventam tudo!...

TLIM

O BOBO DA CORTE

Manuel Pinho - à tarde:
-"EU ACHO QUE A CRISE ACABOU TOTALMENTE".

Manuel Pinho - à noite:
-"NÃO SE DECRETA O FIM DE UMA CRISE. ISSO É ALGO UM BOCADINHO INFANTIL E DE QUEM NÃO PERCEBE NADA DE ECONOMIA".

Pois.
Em tempos que já lá vão, os Bobos serviam para cantar umas trovas, dizer umas graçolas, dar umas cambalhotas e provocar hilariedade.

Hoje, também.

TLIM

sexta-feira, outubro 13, 2006

GRANDES PORTUGUESES

Um dos nossos GRANDES que, até há bem pouco tempo, se encontrava em profundo estado de hibernação - após desaire eleitoral - despertou, vai para um par de meses, cheio de vigor e morto por voltar a lançar para o Éter aquelas picardias que o tornam tão peculiar.

A propósito, agora, do lançamento de um livro de outro ex-presidente ( este, do Brasil), Fernando Henrique Cardoso, o nosso GRANDE PORTUGUÊS cita uma frase desse livro que, em sua Douta opinião, se ajusta, que nem uma luva, à nossa actual realidade:

"O déficit da Presidência tem um amigo oculto: o CORPORATISMO (sic).
Sem o CORPORATISMO e sem as corporações, realmente, o déficit da Presidência seria mais fàcilmente resolvido".
Além do neologismo, disse, ainda, o nosso GRANDE PORTUGUÊS:
" O que comanda não é a Economia; o que comanda, mesmo em pleno neo-Liberalismo, é a Política."
Ignora-se se esta última farpa se destinava a Cavaco ou a Sócrates. Ou mesmo a ambos.
Quanto ao déficit da Presidência, esse, como já estamos fartinhos de saber, só teria sido evitado se para lá tivesse voltado um Português MAIOR do que o que aquele que para lá foi, em resultado de vitória, à primeira volta, num sufrágio directo e livre.

Quando digo MAIOR quero mesmo dizer "maior", "mais corpulento", "mais pesado".
Ou MAYOR, como dizem nuestros hermanos, quando se referem a quem nós, eufemìsticamente, chamamos "da terceira idade".

E que, se quisesse ser respeitado, teria, em primeiro lugar, de se dar ao respeito.

TLIM

P.S. - Imagem tirada do Camaralenta.blogs.sapo.pt

quarta-feira, outubro 04, 2006

A CAMINHO DE VISEU

O Governo, de tempos a tempos, põe-se a cantarolar uma tradicional cantiga de roda infantil, que, com todo o amor, dedica à Igreja Católica.

Refiro-me, claro está, a "A CAMINHO DE VISEU":
"ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS, TRÁS, TRÁS.
ORA CHEGA, CHEGA, CHEGA,
ORA ARREDA LÁ PARA TRÁS".

Em 2005, o Ministério da Educação, cedendo a pressões de uma coisa chamada "Associação República e Laicidade" e a outra, chamada Bloco de Esquerda, decidiu mandar retirar todos os crucifixos das escolas públicas, para não ferir susceptibilidades de pais e meninos de outras confissões religosas:
ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS, TRÁS, TRÁS,
ORA ARREDA LÁ PARA TRÁS.

Depois do Verão de 2005, quando os incêndios devastaram o País, o Governo sentiu-se impotente para fazer face, sòzinho, à reconstrução de algumas casas que tendo sido destruídas pelo fogo, deixaram algumas pessoas sem nada.
Fez, então, um apelo à Sociedade Civil e a organizações ligadas à Igreja - caso da CÁRITAS.
ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS, TRÁS, TRÁS,
ORA CHEGA, CHEGA, CHEGA.

Pressionado, novamente, pelos mesmos organismos citados acima, decidiu o Governo, reformular o Protocolo de Estado, retirando, das cerimónias oficiais, os representantes da Igreja Católica, que até então, tinham, ali, lugar:
ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS, TRÁS, TRÁS,
ORA ARREDA LÁ PARA TRÁS.

Ainda ontem tivemos oportunidade de ver a entrega de três, das oito casas que a CÁRITAS, com a colaboração de algumas Câmaras Municipais, conseguiu reconstruír, ou fazer de raiz:
ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS, TRÁS, TRÁS,
ORA CHEGA, CHEGA, CHEGA.

Já o Fisco foi inflexível, quando se levantou a hipótese de devolução do IVA pago com as obras. Não há lugar a reembolso porque a Igreja só está isenta desse imposto "se adquirir artigos que se destinem, exclusivamente, ao culto religioso e bens e serviços, com ele, relacionados".
O que quer dizer que, para se exercer a verdadeira Caridade e cumprir o papel que cabia ao Estado, não há isenções:
ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS,TRÁS, TRÁS,
ORA ARREDA LÁ PARA TRÁS.

O Senhor Scretário da Administração Interna acaba de assinar um Protocolo com a Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, onde esta entidade (ligada à Igreja Católica) se compromete a fazer uma divulgação nacional do projecto do Governo, o qual prevê a entrega voluntária de armas ilegais. Como se fará essa divulgação? - Apelando aos Bispos das várias Dioceses, para passarem a mensagem:
ORA ZUS, TRUZ, TRUZ,
ORA ZÁS, TRÁS, TRÁS,
ORA CHEGA, CHEGA, CHEGA.

A próxima série de programas, obedecerá ao estilo "Canção de Lisboa":
"AI CHEGA, CHEGA, CHEGA, CHEGA, Ó MINHA AGULHA,
AFASTA, AFASTA, AFASTA, AFASTA, Ó MEU DIDAL".

Com o Eng. Sócrates vestido de Beatriz Costa.

TLIM

domingo, outubro 01, 2006

QUEREM VER...

Depois das últimas censuras, no meio cultural Alemão e de duas aldeias Espanholas terem renunciado à queima de "Gigantones"( com a figura de Maomé), nas suas tradicionais "Festas de Mouros e Cristãos", querem ver que as restrições às bebidas alcoólicas, pretendidas pela União Europeia, visam, pé ante pé, vir a acabar, de vez, com o consumo do álcool, para não ofender quem nós sabemos?

E, quando "nuestros hermanos", aqui ao lado, proibiram as mocinhas mais magras de participar nos desfiles de moda, a pretexto da luta contra a anorexia, não seria, antes, para ir ao encontro das preferências daqueles nossos amigos, que gostam delas mais rechonchudinhas?

É que, depois de saber que há aulas, em Portugal, para donas de casa aprenderem a "Dança do Varão" ( sim, sim, essa mesma dos clubes de strip ) e de ter visto o Joe Berardo, a fazer o anúncio do American Express/Millennium/BCP, já não há nada capaz de me espantar.

TLIM

AS INTIMIDADES DO SENHOR CRUZ

Como, com papas e bolos se enganam os tolos, ao fim de dois anos de processo "Casa Pia", o advogado do Senhor Carlos Silvino vem trazer à baila, novamente, as manchinhas das partes pudendas de Carlos Cruz ( não faço ideia da importância deste pormenor, na defesa do seu constituinte).
Mas ele insiste que o tamanho das manchas não correspondia, exactamente, ao que a Acusação descreveu, porque foram examinadas numa altura em que o apresentador não se encontrava, digamos, muito entusiasmado, situação em que o tamanho das ditas ( manchas) é potenciado.
Vamos, então, a uma injecçãozinha e, novamente às meças, se faz favor, sai a fitinha métrica, que, a seguir, passamos à sessão fotográfica.
Cruz põe-se ao dispôr, mas com uma ressalva:
- Fotografar, não deixo.
Muito menos, à borla, acrescento eu.

Pergunta-se: Como vai, agora, o País cuscar a colecção de lingerie Outono-Inverno do dito senhor, na próxima fuga de informação relativa a este caso?
Ou, pondo a coisa de outro modo:
Como haverá de se cuscar o senhor, posando com a colecção, mas, principalmente, depois de pôr de lado a colecção?

Só contratempos, para atormentar o pessoal.

TLIM