3 Ecos da Falésia: julho 2007

segunda-feira, julho 30, 2007

PRESS PAUSE


Isto começa a funcionar mal, debaixo desta vaga súbita de calor.
A coisa vem-se mantendo bastante SLOW, embora por diversas vezes o POWER tenha estado prestes a ser desligado.
Carrega-se no SEARCH e os resultados são quase nulos.
O PLAY está com defeito e custa a arrancar.
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Vou, portanto, seguir as instruções que vêm com o manual:
Carrego em PAUSE e espero um tempo (umas semanas), antes que, inadvertidamente, toque no EJECT e fique depois, irremediàvelmente, MUTE.
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Boas Férias a quem passar por aqui.
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.30-Julho-2007

quinta-feira, julho 26, 2007

AVÓS SÃO IMPRESCINDÍVEIS



Deveria ser proibido passar por este mundo sem se ter conhecido pelo menos uma.
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Um grande beijinho para ti, minha Avó.
Onde quer que estejas.
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.26-Julho-2007

terça-feira, julho 24, 2007

O GOSTO PELA PRESTIDIGITAÇÃO


Uma coisa é o gosto moderninho pelas aventuras de Harry Potter, o fascínio por elixires, varinhas mágicas, vassouras e afins, que é o que está a dar quando se trata de vender livros, estrear filmes e respectivo «merchandising».
Outra bem diferente é recorrer ao truque estafado de tirar vários coelhos duma cartola para tentar impressionar a plateia de tansos que somos todos nós.
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Noite de eleições para a Câmara lisboeta:
Pòzinhos de perlimpimpim, abracadabra e...zás! Lá saltaram uns coelhitos com artrose, de dentro da cartola do PS - que é como quem diz - uns velhinhos, de uns autocarros da província.
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Apresentação do Plano Tecnológico:
Artistas - Primeiro Ministro e Ministra da Educação.
E... um, dois, três e... ups!
Voltam a sacar-se uns coelhos (estes, bem tenrinhos) da dita cartola mágica.
No caso, criancinhas contratadas a 30€ por cabeça, para fazerem figuração na cena teatral ali montada.
Questionado o Mágico sobre o ter, ou não, conhecimento de tal situação, a resposta veio desabrida, que mágicos não gostam de ser postos em causa:
-"Ora, com certeza que não, tem cada uma. Ora essa!"
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O Senhor Engenheiro Potter, queria dizer Sócrates - perdoe-me o lapso - não poderia fazer um esforço para actualizar um pouco o repertório e arranjar uns truques um nadinha mais originais?
É que, se calhar, ainda não reparou mas estes que tem andado a utilizar já estão no mercado vai para cima de 70 anos, ora essa!
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.25-Julho-2007

É SÓ A CONTIA QUE PUDER


É a "silly season" em todo o seu esplendor.
Parecendo que não, a alguns políticos da nossa praça, uma consultazinha à irmã Janice até era capaz de vir a calhar.
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Aveiro não é longe.
E ela não cobra nada. Cada um só dá a contia que puder.
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.24-Julho-2007

quarta-feira, julho 18, 2007

Y VIVA IBÉRIA! ( novo hino nacional)


Entre toros, fandanguillos y alegrias
Nació mi Ibéria, la tierra del amor
Nunca Diós pudo igualar tanta belleza
Y es imposible que pueda haber dos

Ibéria ha sido siempre y lo será
Eterno paraíso sin igual


Por eso se oye este refrán
Que viva Ibéria!
Y siempre la recordarán
Que viva Ibéria!
La gente canta con ardor
Que viva Ibéria!
La vida tiene otro color
Ibéria es la mejor!

Que bonito es el Mar Mediterrâneo
Islas Canárias y la Costa del Sol
El Fandango y la Sardana me emocionan
Y en sus notas hay vida y hay calor!

Por eso se oye este refrán
Que viva Ibéria!
Y siempre la recordarán
Que viva Ibéria!
La gente canta con ardor
Que viva Ibéria!
La vida tiene otro color
Ibéria es la mejor!

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Con todo el cariño de J.Saramago, y el apoyo moral de Hugo Chávez.
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(Desenho do jornalista Pedro Palma, com a sua expressa autorização)

segunda-feira, julho 16, 2007

LISBOETAS POR UMA NOITE



Lisboa é uma metrópole cada vez mais curiosa.
Há uns anos, Sérgio Trefaut realizou uma magnífica longa metragem documental que foi um êxito de bilheteira por ocasião da estreia.
Ocupava-se dos novos habitantes da capital, imigrantes da Europa de Leste, brasileiros, chineses, africanos e indianos, que aqui vivem ganhando a vida o melhor que lhes é possível.
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Ontem à noite, depois da previsível vitória de António Costa, tivémos ocasião de conhecer uma nova e insólita variedade de imigrantes:
Os chamados LISBOETAS POR UMA NOITE, que se manifestavam, sem muita convicção, frente ao Hotel Altis, ovacionando o recém-eleito Presidente do Município.
Bandeirinha para cá, bandeirinha para lá, entra no ar a jornalista de serviço da SIC, para as perguntinhas da ordem:
-"O senhor é de onde? E a senhora o que pensa desta vitória?" - achando que eram munícipes de várias freguesias que, para ali, tinham convergido.
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Surprise, surprise!!!
O povinho tinha vindo de Famalicão, do Alandroal, de Arco de Baúlhe, de Cabeceiras de Basto, uma senhora de idade nem sabia mesmo ao que tinha vindo.
Oferceram-lhes a passeata até Lisboa, em autocarros pagos (por alguma misteriosa entidade) e umas bandeirinhas para agitar com a energia possível, que a idade não perdoa.

Já têm o que contar lá aos colegas dos lares de 3ª idade que não puderam vir porque as cadeiras de rodas não davam geito.
Mas que foi lindo virem até à capital, ai isso foi!!
Costa e Sócrates, da varanda, bem puxaram o que puderam pelas ovações populares, sem grande sucesso.
Costa, aliás, estava tão emocionado que até já se tinha adiantado no discurso e atropelado Roseta, ainda no ar.
Por sinal, isto lembra-me qualquer coisa, Manuel Alegre...e tal...presidenciais...
Precipitações, em suma.
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E o povinho, arrebanhado e trazido em autocarros, lembra-me ainda outra coisa, dos tempos da outra senhora, quando era preciso arranjar uma «manifestação espontânea» para vir prestar vassalagem ao Senhor Presidente do Conselho.
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Ou então foi o meu mau perder que me pôs a ver coisas que nem se passaram...
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.16-Julho-2007

quinta-feira, julho 12, 2007

MomentUS



Este selo foi criado pela Nina do blog MomentUS, com a intenção de que fosse atribuído «a quem nos faz sentir bem: através de um poema, de uma imagem, um som, um comentário, uma simples palavra, um silêncio...um nome...um olhar...uma mão que se estendeu na altura certa...».
Este veio caír aqui graças à boa vontade do Poetaeusou que, de novo, se lembrou deste espaço, apesar de ser altamente duvidoso que ele se enquadre exactamente nos requisitos acima referidos.
A minha mão, valha a verdade, costuma estender-se mais para aplicar um ou outro puxão de orelhas a quem me parece estar a pedi-lo.
Puxo leve, levemente... mas puxo.
Duvido, portanto, que esta seja uma mão merecedora do prémio em causa...
Não deixo é de agradecer ao Poeta mais este "mimo", embora eu vá quebrar a "cadeia", mais uma vez, não fazendo nomeações.
São demasiados candidatos e o tempo não chega...
Mil perdões por isso.
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.12-Julho-2007

MALEFÍCIOS DOS iPODS


Lê-se no Diário Digital que «fazer jogging com phones
pode ser perigoso,com mau tempo».

Um desprevenido jogger canadiano de 37 anos sofreu graves queimaduras no peito, nos ouvidos e maxilares, devido ao metal do seu iPOD, quando uma faísca atingiu uma árvore perto de si.
Convém por isso deixar em casa os aparelhómetros metálicos, quando as núvens apresentem aspecto duvidoso.
Parece que a combinação da transpiração com o metal pode orientar a corrente elétrica de algum raio capaz de partir a cabeça do portador de tais objectos.
Se calhar, pela mesma ordem de ideias, anéis, pulseiras, relógios, fios, aparelhos auditivos, telemóveis e por aí fora, não serão os nossos melhores amigos, no meio duma tempestade.
A notícia é que apenas se referia a iPODS.
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Gadjets que entraram de tal forma nas nossas vidas que já não os dispensamos nem nas casas de banho. Veja-se o mais recente modelito de "iPOD higiénico" com colunas de som e tudo (imagem acima).
E que, embora não pareça, também é coisa capaz de nos colocar numa situação crítica.
Vamos que a empregada se esquece de colocar o rôlo de papel higiénico no respectivo suporte e você só dá por isso tarde demais?
Vai deitar a mão a quê?
Além de duro, incómodo e anti-higiénico, ainda é capaz de lhe proporcionar algum choquezito inesperado, se calhar a carregar nalgum botão, com a pressa.
E desconfio de que possa vir a entupir a canalização, depois da descarga do autoclismo.
Para o utente comum, também uma utilização falhada como esta, pesa um bocado no orçamento doméstico.
Mais a maçada de ter que voltar a carregar o novo com as musiquinhas de que mais gostamos.
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Melhor será, então, deitar fora o iPOD e voltar ao velho CD portátil.
É mais seguro.
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.12-Julho-2007

terça-feira, julho 10, 2007

O JUIZ DECIDIU, ESTÁ DECIDIDO


Mais duas sentenças exemplares vêm hoje referidas no JN.
A primeira refere-se ao caso do homem que, em risco de divórcio, encomendou o assassínio da mulher a uns russos que conhecia mal. Achou que, dada a sua nacionalidade, era escolha acertada e vá de lhes encomendar o frete, com todos os pormenores.
Várias datas para a execução, a matrícula e a cor do carro da pressuposta vítima, um mapa do local e as instruções para a consumação do crime: dois tiros na cabeça, um carro roubado e a simulação de um posterior acidente. O crime seria perpetrado depois de ela deixar os filhos na escola. Foi até entregue um sinal, como parte do pagamento.
A maçada imprevista foi os russos não estarem para aí virados e irem dar com a língua nos dentes à polícia.
Preso e levado a julgamento, ficaram provadas todas as (pouco) louváveis intenções: tentar matar a mulher para ficar com os negócios e a guarda dos filhos.
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Quem pensou que este homem deveria ser condenado por autoria moral, tentativa de assassinato ou fosse lá qual fosse a moldura jurídica para isto, enganou-se redondamente.
"O INSTIGADOR SÓ É PUNIDO DESDE QUE HAJA EXECUÇÃO POR PARTE DOS INSTIGADOS".
Decidiu o colectivo do Tribunal de S.João Novo, no Porto, está decidido. É a lei que estipula a decisão.
E para a outra vez tenha juizinho, ouviu? É que não é lá muito bonito mandar mandar a própria mulher.
Estamos conversados.
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2ºCaso.
Na rua do Lindo Vale, junto ao Marquês, no Porto, ia um casalinho a passar quando, do passeio oposto, três operários da construção civil (educados como é habitual) começaram a "mandar umas bocas" à pequena: -"Que linda menina. Papava-te toda"- disse um dos ordinarões.
Um homem que é homem, não se fica. Avança. Se não tem físico para enfrentar o meliante, recorre a uma arma. Como fez Daniel, o nosso herói. Primeiro foi buscar uma tábua para partir a cabeça ao outro, que resistiu, entre impropérios de parte a parte.
A seguir, entrou num restaurante ali perto, agarrou numa faca com 24 cm. de lâmina e vá de a espetar na zona clavicular direita do abusador, causando-lhe a morte.
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Levado a julgamento pelo crime cometido, arriscava uma pena de 12 a 25 anos, por homicídio qualificado, como foi pedido pela acusação.
Mas...o mesmo colectivo de juízes do Tribunal de S.João do Porto, concluindo, embora, que a facada tinha sido intencional, entendeu que " O CRIME NÃO SE ENQUADRAVA NOS PRESSUPOSTOS DO HOMICÍDIO QUALIFICADO PORQUE NÃO TEVE UM MOTIVO TORPE OU FÚTIL"
O motivo da facada não foi meramente o piropo mas também o conflito subsequente (...) "A VÍTIMA NADA FEZ PARA EVITAR A SITUAÇÃO"- argumentou o juíz.
O réu leva, portanto, uma pena correspondente a homicídio simples: 8 ANOS.
Muito bem decidido. Os amigalhaços do malcriadão, aposto que aprenderam a lição e vão passar a ser mais educados, na rua.
O Daniel, que já tinha sido condenado por roubos, mostrou-se aliviado ao ouvir a sentença. Antes tinha-se declarado ansioso e até chegou a sentir-se mal.
Coitado.
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Eu, pela parte que me toca, não tenho dúvidas.
Quando for cometer um crime violento, a ver se não me esqueço de que deverei fazê-lo, de preferência, na zona do Tribunal de S.João do Porto.
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.10-Julho-2007

domingo, julho 08, 2007

A CABALA AMARELA



Finalmente a China começa a deixar caír a máscara e a deitar as manguinhas de fora.
Primeiro, a (pouco) velada intenção de comprar o Benfica.
A seguir, inunda o nosso mercado com pastas dentífricas Colgate falsificadas e altamente tóxicas.
Por cada português a esticar o pernil, surgirá um cidadão chinês disposto a assumir a identidade do falecido. Muito em breve, uma característica do portuga será a de andar permanentemente com os olhos em bico.
O assalto ao poder político verificar-se-á dentro de poucos anos, com as candidaturas de Stanley Ho (1ªfoto) à Presidência da República e de Roberto Carneiro (2ªfoto) ao cargo de 1ºMinistro, que o sangue fala sempre mais alto.
Por essa altura, já as maiorias estarão plenamente asseguradas.
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Entretanto, parece que há alguém, aqui, pouco disposto a ir a jogo.
Joe Berardo (who else?) diz que não vai baixar os braços.
E não esconde a indignação pelo que já chama de «Yellow Cabala»:
- "Mas iu ca ié iêste? Cumeigo ius chenêses, fuck them, nã vã levór the best!
Iu Benfeica is mine, you know? Se fur preceise ê candidate-me à Presidency e finish com éles tiudes! Vá tiude a eite!
What is this? Iu qué quêsses chenêses mother fuckers pansam?
Que jó chegómes to the Wood? Pieces of Shit!
"
...E dando meia volta, virou as costas a toda a Imprensa que bebia àvidamente as suas palavras, voltando a entrar no museu, a passo largo.
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N.R. Embora não dominemos convenientemente a língua falada por Mr. Berardo, tememos que alguma das expressões contidas nesta veemente declaração possa configurar uma eventual grosseria.
Do facto, apresentamos, desde já, as nossas desculpas, declinando toda e qualquer responsabilidade.
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.8-Julho-2007

quarta-feira, julho 04, 2007

ÁS DO VOLANTE


«Vai para casa ó palhaço»,
gritou para o condutor
que o ultrapassara pela direita.
Com a buzina a fundo
imaginou-se a guiar o Aston Martin
do James Bond.
Teria accionado as metralhadoras frontais
e destruído o fulano
num ápice.
Continuou encostado à esquerda, tranquilo,
o rádio, com o volume no máximo,
reforçava a sua convicção
de que só por azar não estava na Ferrari,
no lugar do Schumakker.
Passou com o sinal vermelho.
Ouviu várias travagens bruscas.
«Nabos...Se tivessem os seus reflexos...»
Na sua cabeça
misturavam-se imagens do Fittipaldi
a ganhar o Grande Prémio de Indianópolis,
as cenas de perseguição do «Bullit», que já vira dezenas de vezes,
na televisão,
o Rolls Royce do Herman
e as corridas vertiginosas, os videogames,
quando ia até à Costa jogar.
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Entretanto chegou ao seu destino.
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Viu um lugar reservado a deficientes
e parou o seu Fiat 600
sem fazer sinal.
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...Saíu do carro, como se subisse ao Podium!
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. ( do livro de João Viegas - "GOSTASTES?"-contos de um país real)
Ediora Bizâncio, 2004.
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.4-Julho-2007

segunda-feira, julho 02, 2007

DE QUATRO EM QUATRO ANOS

O CORTEJO DOS RAPAZES

O Cortejo dos rapazes realiza-se no Domingo anterior ao Grande Cortejo e nele só participam crianças das escolas e jardins de infância. Cada menina leva um "tabuleiro" composto por 30 pães de formato especial, enfiados em 5 ou 6 canas. As canas estão aplicadas num cesto de vime que está envolto em pano bordado. No alto, é rematado por uma coroa, encimada pela Cruz de Cristo, ou ou pela Pomba do Espírito Santo.

As varandas são enfeitadas com colchas.
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Montra enfeitada com a coroa do Espírito Santo, encimada pela Cruz de Cristo.
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Cada tabuleiro tem a altura da rapariga que o transporta.
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As raparigas vão vestidas de branco, com uma fita colorida a cruzar o peito. Os rapazes vestem camisa branca com as mangas arregaçadas, calças escuras, barrete ao ombro e gravata da mesma côr da fita da rapariga.
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No cortejo dos rapazes, os carros de bois são substituídos por padiolas que transportam, simbòlicamente, pão, carne e vinho. Aqui, o símbolo do vinho.
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Cerca de 700 tabuleiros, desfilaram ao longo das ruas.
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Fotos tiradas de uma varanda na rua Serpa Pinto (Corredoura), no dia 1-Junho-2007
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