3 Ecos da Falésia: NEM SENSO NEM SENSIBILIDADE

quinta-feira, janeiro 05, 2006

NEM SENSO NEM SENSIBILIDADE

O Hospital de Viseu.
O Presidente da Comissão de Crianças em Risco.
A Comissão de Protecção de Menores.
Os Agentes da Autoridade.
TODAS AS ENTIDADES envolvidas neste, mais
do que sórdido, episódio de uma bebé com, apenas
dois meses, abusada até ao limite, estiveram-se,
positivamente, nas tintas, para o que aconteceu e
continuam, com a maior frieza e descaramento, a
justificar as suas posições.
Todos, sem excepção, entendem que fizeram o que
podiam, o que significa - NADA - não lhes tendo, assim,
sido possível evitar o que quer que fosse.

Salvo melhor opinião, esta MALTA só lá está a cumprir
horários e, mesmo isso, podemos duvidar que o consigam.
Para além de olharem para o relógio, devem esperar pelo
ordenadozinho, ao fim do mês e tudo o mais pode bem ir
para o inferno.

Que se danem, pois, todas as crianças abusadas e
maltratadas, por esse País fora, enquanto eles zelam por
conservar um TACHO que têm assegurado, enquanto
funcionários públicos.
Acontece morrerem umas tantas e, enquanto não morrem,
lá vão sofrendo horrores inomináveis?
- AZAR DELAS.
Os técnicos contratados para sua suposta protecção,
desculpem lá, mas têm mais que fazer!

É o retrato mais negro que se pode fazer de um Estado que
emprega e protege criaturas deste teor, com a agravante de
esse mesmo Estado evitar, tanto quanto pode, dispender
verbas onde elas são mais necessárias, como na criação de
centros de refúgio para crianças gravemente ameaçadas.

De uma Justiça que persiste em fazer-nos acreditar que existe.

E de um Povo "voyeur" que, passadas as notícias do momento,
já começou a esquecer a tragédia de hoje, para se entregar,
atentíssimo, ao próximo escândalo - reportagem em directo -
oferecido pelas nossas televisões sensacionalistas.
Que prefere ir insultar os criminosos depois de eles serem presos
já que, até lá, nunca ninguém é capaz de abrir o bico.

Hoje foi um daqueles dias em que senti genuína VERGONHA
de ter de compartilhar a minha nacionalidade com gente tão reles.

TLIM