3 Ecos da Falésia: O POVÃO

domingo, junho 11, 2006

O POVÃO

Neste 10 de Junho, pese embora, a vontade do novo Presidente da República, de voltar a estabelecer uma ligação entre o Dia de Portugal e as nossas Forças Armadas, promovendo um desfile de 1.800 militaresl, o povão não esteve, para aí, virado.
Décadas de deliberado afastamento, provocaram uma inevitável desmotivação para acontecimentos deste tipo.
Que, ao longo de 32 anos, foram, pelos nossos Presidentes, considerados como lembranças penosas dos velhos tempos coloniais, sobre os quais, havia que passar uma borracha.
O 10 de Junho ficou, pois, quase limitado a dois ou três dicursos, seguidos do regabofe das condecorações a todo e qualquer bicho careta:
Desde a ridícula Comenda, imposta por Sampaio, ao barbeiro de Mário Soares, às, mais antigas, " Ordens da Liberdade" que foram enfeitar o peito a Palma Inácio ou Isabel do Carmo, duas almas, no mínimo, controversas que, a pretexto de lutarem contra o Fascismo, resvalaram, frequentemente, para o campo do delito comum.

E, hoje, na verdade, o povão já não quer saber de comemorações deste género.
Se o desfile tivesse sido dos ases da Selecção, ter-se-iam atropelado para alcançarem um lugar na primeira fila. Ter-se iam, mesmo, dado ao incómodo de passar uma noite, ao relento, em troca duma posição privilegiada, de onde pudessem fotografar, à vontade, os seus ídolos, com as câmaras dos telemóveis - último modelo.

Agora: Ver militares é que já não está a dar.
Alguns maduros, para quem o Carnaval é quando um homem quiser, lá se deram a esse trabalho, uma vez que para "gandas malucos" há, sempre, uma objectiva que espera por eles.
E aparecer na TV ou nos jornais, é, só por si, um objectivo de vida.
Mas foram poucos, muito poucos, os que, na manhã enevoada de Sábado, se deslocaram à Foz.
Preferiram ficar em casa, a ver uma emocionante entrevista de Abel Xavier.
As janelas dos prédios estavam, na sua maioria, fechadas. E, neste caso, as bandeiras primaram pela ausência. Estão reservadas para bairros mais populares e desfraldam-se, apenas, por amor à bola.
A maioria nem deve, mesmo, saber o que se comemora, neste dia 10.
Se é feriado, é tudo o que interessa, para rumar a outras paragens.

E é chatíssimo quando calha a um sábado, como foi, agora, o caso.

TLIM