A ANA E A MIA
A Ana e a Mia são as amiguinhas que dão conselhos, via NET, a quem olha para um espelho e se vê como a Eva da imagem.
Diminutivos simpáticos, para Anorexia e Bulimia: As tábuas de salvação para aprender a ser esbelta e magrinha.
Diz a famigerada Mia:
"Quando comer mais que uma baleia e sentir-se enorme, sou eu que lhe ajudarei, curvando seu corpo à pia ou ao vaso sanitário, fazendo muita força, forçando sua garganta para que toda aquela comida nojenta saia, descarga abaixo e assim você se sentirá limpinha, renovada e com um belo estômago de pena."
Pena é a Comunicação Social e a Publicidade andarem, há anos e anos a "venderem", em desfiles de moda e em anúncios, a figurinha da Barbie, como modelo único e mostrarem-se, agora, hipòcritamente chocadas por haver rapariguinhas que seguiram a orientação à letra e chegaram à conclusão de que, onde os obesos se safam melhor, é no circo.
Não são, apenas, estas jovens anorécticas e bulímicas que apresentam distúrbios.
Quando a Imagem se tornou mais importante do que a Competência, em tantos sectores (de que a Política não escapa), é a sociedade que está doente e a precisar, desesperadamente, de algum "Professor Karamba" que lhe faça um grande "trabalho" para que tudo regresse ao normal. Que, com métodos tradicionais, isto já lá não vai...
És jovem, competente, mas feioso, gordo e baixinho? - O País não precisa de ti.
Tens imensa experiência acumulada e uma vida dedicada ao trabalho, mas ultrapassaste os 45 anos? - Vai pensando em arrumar as botas e ocupares-te a jogar às cartas no cantinho da praceta.
Queremos é jovens lindos, com o "peso certo", vestindo roupa de marca, dentes obscenamente branqueados e, se forem do sexo masculino, uma barbinha de dois dias, cai bem.
Sendo mulheres, silicone e botox são imprescindíveis, bem como umas beiças do tipo "alheiras de Mirandela".
Neurónios já são mais dispensáveis.
Assim, como assim, chegado o termo do ano de trabalho, vão para a rua, na mesma, e entra outro exemplar da mesma fauna.
TLIM
6 Comments:
Tens razão, Sininho, as coisas estão a ficar um bocado esticadas, em relação à realidade...
O plástico continua a ser o que está a dar, e como é reciclável...
Infelizmente é assim. Há bastante tempo.
Quando o botox e os 86-60-86 se sobrepõem à capacidade de trabalho e ao conhecimento adquirido, que país vamos ter (já temos)?
Esperemos que se mudem os tempos, para se mudarem as vontades...
Luís:
Reciclável e também muito descartável...
Maria:
Algum dia as coisas terão de mudar e aí, virão os exageros opostos:
Se é bonito(a) é burro(a), não tem chance de ocupar cargos de relevo...
Sininho,
Nós não somos tão diferentes como parecemos da sociedade medieval. A diferença era que na altura o bode expiatório eram os Judeus, Mouros, leprosos, hereges, bruxas, etc. Nós, mesmo com toda a tecnologia e ciência entretanto adquiridas, criamos outros bodes expiatórios, sejam eles os fumadores, os comedores de carne, os gordos, etc. E a liberdade pode ser melhor do que a da época de antanho mas não tão superior como muito boa gente julga.
Pedro:
Tudo o que dizes é absolutamente verdadeiro.
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