NA SERRA DE SICÓ
Antes, mesmo, de começar a escrever, aqui, qualquer coisa que possa ser mal interpretada, quero esclarecer, desde já, que gosto imenso de animais, já tive vários, apoio, de alma e coração a sua defesa (dentro dos limites da racionalidade, entenda-se), dou-me, lindamente, com répteis e toda a espécie de batráquios e quanto a insectos, também os poupo, desde que estejam do lado de fora da casa.
Até já tive um morcego na mão e fiz-lhe cutchi-cutchi na cabecinha, o que ele deve ter apreciado, porque não me mordeu.
No próximo post vou, mesmo, mostrar uma fotografia que tirei a uma osga, frequentadora assídua do meu quintal de Sesimbra e que nem foge, quando eu me aproximo.
Bom.
Dito isto, vou passar aos finalmentes.
O último "Expresso" trazia um texto de António Rosado, respigado do Diário "As Beiras" e intitulado MORCEGOS PREJUDICAM NEGÓCIO EÓLICO.
"As limitações impostas pelo Instituto do Ambiente à instalação de um parque eólico na Serra de Sicó, em terrenos baldios do concelho de Pombal, fez baixar de €721 mil para €242 mil a retribuição anual a pagar pela operadora, na proporção directa da redução de energia, que estava previsto produzir no local.
Considerou-se que os aerogeradores prejudicariam a comunidade de morcegos, que nidificam no topo da montanha, num local designado por Cumeada.
Com a deslocação das torres para uma cota algumas dezenas de metros mais baixa, não será possível aproveitar toda a força do vento na serra, com repercussões directas no volume de energia a gerar."
Já sabíamos que as cegonhas mandavam bastante cá no país e nem convém incomodá-las muito, mesmo que a luzinha possa, eventualmente, pregar-nos a partida.
Há menos de dois anos, o desvio do traçado da A24, entre Viseu e Chaves, previa que fosse custar ao erário público um módico acréscimo de 150 milhões de Euros, por a sua localização vir a ser feita sobre uma ravina, mediante um viaduto de altura equivalente a um prédio de 30 andares. Tudo porque, em baixo, circulava, alegremente, uma "alcateia" composta por sete simpáticos lobos.
Nem sei qual terá sido a decisão final, mas sei que os empatas ganham sempre e quem se amola são as populações.
Também tinha havido, antes, a decisão de suspender a construção de uma estrada do interior porque, mais uma vez, o diabo do traçado se sobrepunha ao habitat de uma colónia de ratos característicos da Península Ibérica.
É isto.
Os Senhores Engenheiros metem-se nos gabinetes, não vão ao terreno dialogar com a bicheza e depois, nem o pai morre nem a gente almoça.
Estes responsáveis pelo Instituto do Ambiente devem ter uma afinidade qualquer com os morcegos.
Provàvelmente, a de que, nem uns nem outros, enxergam dois palmos à frente do nariz.
TLIM
10 Comments:
Sininho, que injustiça.
A malhar nos ambientais.
Eles desistiram da liça.
Com Sedes novas e funcionais.
Aderiram á preguiça.
E é vê-los, por aí, Boçais...
poetaeusou(respeitador)
Quando não há bom senso é assim...
a corda estica, estica, até que rebenta...
Poetaeusou:
Ó valha-me Deus, senhores,
Que este Poeta das socas,
Todo o dia a mandar bocas,
Nem me deixa descansar!
Eu malho em ambientais
Mas tu chamas-lhes boçais.
Não os poupas nos louvores...
É como dizes, Luís.
A falta de senso tem acabado por paralizar, desnecessàriamente, obras que beneficiariam muita gente, sobretudo no interior.
sininho
Desculpa qualquer coisinha... eu é que sou a culpada das socas... já não lhe levo o queijo...
Tudo tem explicação.
Sejamos coerentes
Na nossa apreciação.
Nadamos contra correntes
Neste mundo em ebulição.
Morcegos há muitos.
Na noite têm o norte.
Pategos mais que muitos
Que nos levam ao desnorte.
Quanto à métrica estamos falados.
Não desesperemos de todo.
Portugueses somos fadados
Para gramar-mos o lodo.
Que tal?
'sininho, vais-me desculpar, mas depois da parte da "Cumeada" que não consegui seguir com atenção o resto do post...'
Maria:
Culpada por umas fotos tão bonitas?
Nem pensar.
Mas acho que ele merece ficar sem os queijos, que é para aprender...
A.leitão:
Isto é que vai uma crise!
Já são dois a versejar.
Não sei se contemporize...
A.leitão: Poupa-me, please,
Qu'inda acabo a claudicar!
Mega:
Pois é, pois é.
Isso é muita falta de concentração, sabe-se lá porquê...
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