VIDEOSNIPERS
Se houve coisa que me impressionasse mais do que o comportamento de alguns energúmenos (eufemìsticamente chamados de "estudantes"), numa sala de aulas da Escola Carolina Michaëlis, foi o gozo indisfarçável dos senhores da SIC, repetindo aquelas cenas tristes até à exaustão.
Assim uma espécie de Miklos Feher a caír, mas sem morte.
Note-se que as imagens, passados estes anos, continuam a ser vistas no site www.metecafe.com.
O autor deste vídeo "escolar" ficou assim com a popularidade assegurada entre os e as coleguinhas lá da escola e não só.
A histérica menina ("pita", no requintado linguajar juvenil) passará com uma simples repreensão e nenhuma professora voltará a fazer farinha com ela.
Contas feitas, isto não é nada, perante as enormidades colocadas no YouTube e outros sites semelhantes:
Torturas, animais maltratados e chacinados, agressões familiares, vandalismos e até execuções.
Em Glasgow, dois rapazinhos de 18 e 19 anos mataram um terceiro à paulada, enquanto um quarto filmava a cena.
O caso está em julgamento.
E há o polícia egípcio que filmou cenas de tortura a uma suspeita pendurada, de joelhos e braços dobrados, num varão apoiado em duas cadeiras.
Para só citar dois casos, ambos já retirados dos respectivos sites.
Outros, entretanto, permanecem para serem vistos por quem quiser.
A estes gloriosos operadores de telemóveis com câmara, chamam "VIDEOSNIPERS".
Cada vez existem em maior número, para gáudio de demasiada gente.
São episódios assim que servirão depois para justificar a censura, tenha ela a cor que tiver, quando, mais cedo ou mais tarde, acabar por chegar.
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14 Comments:
Pois é, Sininho.
E eu temo que chegue cedo, rapidamente. E vai ser uma censura com suporte legal e jurídico... Está tudo preparado...
Mas, (há sempre um Mas!) isto só acontece se nós deixarmos!!!!!!
E quando chegar essa altura descemos a avenida lado a lado, ou ainda não????
Beijinhos
Maria:
És danada para a bricadeira...
Não me parece que as coisas estejam tão negras que me façam pensar em descer a avenida nos próximos tempos.
Infelizmente, aquilo a que me refiro no post e que é a desumanização progressiva a que vimos assistindo, é uma doença de carácter global cujo tratamento é capaz de ser um tanto complexo.
A censura pode chegar como "terapia de choque" que, ou muito me engano, ou será prescrita de forma igualmente global...
Espero que não seja por enquanto.
Beijinho
Ela já anda a espreitar por aí...
Abreijo
*
capitã,
,
mais censura ?
,
valha-me a,
rua antónio maria cardoso,
,
conchinhas
,
*
Excelente texto, Sininho. Muito bem.
Abraço.
Samuel:
Ela sempre subsistiu dentro de algumas cabeças com mentalidade pidesca, como muito bem sabemos.
Cabe à Imprensa pôr a nu as tentativas que forem surgindo em alguns projectos legislativos.
E a nós, fornecendo à Imprensa os casos de abusos de que tenhamos conhecimento.
Até agora a coisa tem funcionado menos mal.
Pior será relativamente a eventuais normas da União Europeia.
Aí, a minha bola de cristal fica opaca, opaca e já não consigo ver nada...
Abraço
Poeta:
Sim senhor, grandes santinhos para venerar:)))
Apre, que isto hoje anda tudo muito pessimista!
Abraço
Carteiro:
Parece que, relativamente a toda esta visibilidade dada ao jovem "cineasta", estamos de acordo.
Tem sido deprimente.
Abraço
Na minha humilde opinião, eu acredito, que a desumanização que assistimos no nosso cotidiano, tem muito a ver com a guerra entrando na nossa casa, 24 horas por dia, parecendo para alguns, mais um filme ruim do Van Damme ou do Schwarzenegger. Eu nem sei bem o que dizer: certas atitudes por parte do ser humano, vem me deixando deprimida.
Beijinhos
Há imensa gente que não sabe viver em Liberdade...
percebemos isso todos os dias, na rua, nos transportes públicos, na escola, no emprego, etc.
abraço Sininho
Sininho
Creio que o problema maior dos vídeos como o da aluna do Liceu Carolina não está no vídeo em si, aliás o voyeurismo sempre existiu, mas sim em algo bem mais sério: a maneira como ela se habituou e foi ensinada a actuar em casa.
Pouco adianta censurar-se os brinquedos ao dispor da canalha, aliás os vídeos de que falas apenas os vê quem quer. Porque não questionarmo-nos, embora isto seja mais do que corriqueiro, que educação andamos a dar aos nossos filhos (eu não, pois não os tenho.
Cris:
Acredito que essas doses de violência nas imagens dos telejornais ajudem a banalizar a crueldade e a indiferença pelo sofrimento.
E a net ajuda à festa da melhor maneira.
É o preço das novas tecnologias que permitem acompanhar tudo "na hora".
Ainda há poucos dias, três crianças foram atropeladas por um taxista alcoolizado que se pôs em fuga. Uma delas ficou muito mal.
Pois houve logo alguém que filmou a cena do corpo ensanguentado e estendido no chão, apressando-se a mandar as imagens para uma estação de televisão.
Adultos não se distinguem de adolescentes, nesta sanha de captar cenas chocantes.
Deprimente é realmente a palavra que nos ocorre.
Beijinho
Beijinho
A SIC transmitiu o "vídeo amador
Pois não, Luís.
Eu creio que houve um grande lapso quando se deixou passar a ideia de que a liberdade podia ser vivida sem responsabilidade.
Entretanto, nós queixamo-nos do que se passa por cá.
Mas o mal está generalizado mesmo em países que nos habituámos a considerar como modelos.
Abraço
Pedro:
Eu diria antes "com a educação que não sabemos ou não estamos para dar aos nossos filhos".
Muitas crianças hoje crescem em frente dum ecrã de televisão.
Vêem mas nada lhes é explicado.
Habituam-se a ver a violência como um espectáculo e o sexo como o único símbolo do amor.
E depois, ninguém lhes ensina que há limites a respeitar.
E como ensinariam se nem os adultos os têm em conta?
Abraço
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