CRIMINALIDADE
"O crime é sempre uma coisa hedionda que deve ser investigada", Augusto S.S. dixit.
E dixit muito bem.
Nós acrescentaríamos: E levado a julgamento, com a brevidade aconselhável.
E punido adequadamente, lembraria quem ainda alimentasse, sobre a nossa Justiça, a ideia pueril de que aquilo funciona.
A seguir, o senhor ministro da Propaganda entendeu que nos apaziguava os receios, repetindo (por outras palavras) o que ainda há poucos dias fora dito por um colega seu:
"As estatísticas e os relatórios de Segurança Interna demonstram uma tendência DECLINANTE da criminalidade".
"DECLINANTE" é um adjectivo em que, logo à partida, se sente uma enorme musicalidade.
E que, deixado caír assim, displicentemente, em cima dos jornalistas presentes, os condiciona, de imediato, mercê da admiração que passam a sentir por quem emprega vocábulos tão interessantes.
Depois (o que são as contingências desta vida), estava a tendência da criminalidade precisamente em pleno acto de declinação, quando ainda foi a tempo de apanhar, na curva descendente, o dono dum stand de automóveis, cujo carro explodiu e um segurança do Colombo, apunhalado hoje, ao princípio da tarde.
Encontrado em paragem cardio-respiratória, acabaria por morrer com três facadas no peito, estando a faca caída a seu lado.
Coloca-se aqui a possibilidade de ele ser algum samurai secreto e ter resolvido proceder ao seu Harakiri. Ou "Seppuku", que é o termo mais formal (a Wikipedia é que sabe).
A ver vamos, como diz o cego.
Mas aí está uma cerimónia solitária ainda praticada - embora raramente - no Japão, para "lavar a honra".
Soubessem algumas figuras públicas da nossa praça o significado da palavra "Honra", eu atrevía-me a sugerir-lhes que experimentassem este tipo de "purificação".
Digo-o, note-se bem, com respeito.
Sempre com o máximo respeito.
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18 Comments:
Ingénua Sininho,
Neste país de gente fina e bem falante, já não há honra nem sequer honradez.
Só há "honorabilidade".
Que, por acaso, rima com criminalidade.
Será da idade?
E somos nós (ó propaganda falsa) um país seguro, dos mais seguros....
Enfim...
Fica daqui a promessa que eu ofereço o instrumento para a purificação dos nossos governantes.
Também com o máximo respeito...
Beijinhos
Normalmente, SEPPUKUração que se destinam as facadas, um tipo não se safa.
A declinação será uma boa ideia?
A ver pela "Rosa Rosa Rosam Rosae Rosae Rosa
Rosae Rosae Rosas Rosarum Rosis Rosis"...
Não sei fazer este "truque" com tiros nem facadas, mas o efeito deve ser devastador.
Abreijo
http://vagaliberdade.forumotion.com/index.htm
um espaço de debate democrático !!!!!!!
'eu faço parte dos profissionais de segurança (vigilância) que todos os dias são maltratados tanto verbal como fisicamente. insultos, murros, pauladas, facadas, tiros e afins passou a fazer parte do nosso quotidiano. muitas vezes fica a sensação que somos agredidos só porque usamos uma farda, e à falta de cojones para se atirarem a uma farda que diz 'psp' ou 'gnr', atiram-se à que diz 'vigilante', dá menos trabalho(s). neste momento os vigilantes são cerca de 5% da população activa em portugal, e o nosso sindicato (STAD), apesar de ter já conseguido alguns benefícios importantes para os profissionais, é ainda tido pouco em conta pelo MAI, que prefere brincar às judiciárias... dá mais visibilidade!!.. a verdade é que o número de vigilantes 'tombados' em serviço tem vindo a aumentar e não vemos serem feitos esforços para se arranjarem soluções que nos protejam..
p.s.- desculpa o desabafo no teu sítio sininho, mas achei importante'
Num país, onde se brinca com as estatisticas, nem é anormal que se digam dessas coisas, da diminuição dos homicidios em 30%...
Andamos todos distraidos, Sininho, menos o MAI...
abraço
Carteiro:
Uma rima um tanto assustadora, se quer que lhe diga...
Assim uma espêcie de "Honra dos Padrinhos"???...
Abraço
Maria:
O que é lamentável é que o nível de violência por esse mundo fora está tão alto que continuamos a ser um dos países mais seguros em que se pode viver...
E para não estragar as estatísticas querem agora vender-nos as teses do acidente de um e do suicídio do outro:)))
Ainda descobrem que a senhora de Sacavém estava a limpar a arma dentro do carro e... teve um azar.
Registo a tua abnegada promessa...
Beijinho
Gota:
Long time no see...
Certíssimo: SEPPUKUração que apontam, é o diabo:)))
Beijinho
Samuel:
Eu e o Latim nunca nos demos como Deus e os anjos:)))
Agora, o nosso estimado S.S. deve saber do que estava a falar.
Tirando a D. Tendência da Criminalidade, é ver o ror de individualidades a declinar dia sim, dia também...
(devo confessar que entre «declínio» e «declinação», a última me deu muito mais gozo...)
Abraço
Anónimo das 7:19 AM:
Tomei nota.
"Mega":
Esses são dados que eu ( e certamente muita gente) desconhecia.
O Estado está, a pouco e pouco, a empurrar parte da Segurança (que deveria competir às polícias) para a responsabilidade de privados.
E pelo que parece, tanto estes como os que integram as Forças Policiais têm largas razões de queixa.
Falta de meios, falta de organização, falta de vontade política e outros motivos que nos escapam (ou talvez não...)
Enquanto isto, a marginalidade vai deitando as mãozinhas de fora.
Abraço
Luís:
O MAI é que sabe...
Se atendermos à quantidade de queixas que não são feitas, por absoluta descrença na investigação, talvez a pequena criminalidade tenha baixado nas estatísticas.
Quanto ao crime violento, não há ministro que possa convencer-nos de que não existe uma escalada preocupante.
Abraço
Estou tendendo (adoraria poder usar aqui o "declinar") ao "Harakiri" mal executado. Se fosse um japa, tinha sido de primeira. Incompetente, muito incompetente...
Crime?! Que crime?!
Também eu, aqui, com o máximo respeito...
Beijinhos
Cris:
É isso mesmo:
A incompetência, por cá, até já chega aos suicidas:)))
Só pode ser muito mau sinal...
Tomei nota dos teus bons sentimentos...
Beijinho
*
está a declinar, está,
para cima, em espiral,
e com rosca dupla . . .
,
maresias
,
*
Poeta:
Não estarás a exagerar?
Pensa nos suicídios e nos acidentes.
Relaaaax...
Abraço
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