3 Ecos da Falésia: GREVES

quinta-feira, setembro 29, 2005

GREVES

Hoje, Quinta-feira, foi o primeiro dia
da greve de juízes, magistrados e seus
funcionários. Amanhã, será o segundo.
Descansam Sábado e Domingo, para,
na Segunda-Feira recomeçarem, indo
até ao final de Terça-Feira.

É mais um ( péssimo) exemplo, daquilo
em que o País mergulhou, de cabeça.

Parece que entrámos num processo,
aparentemente irreversível, em que nós,
cidadãos contribuintes, somos, diàriamente,
escarnecidos, por aqueles a quem pagamos
os ordenados (e, agora, não me refiro aos
políticos).

Das nossas algibeiras, sai o dinheiro para:
MÉDICOS, ENFERMEIROS,
PESSOAL AUXILIAR.
TRABALHADORES DE TRANSPORTES
PÚBLICOS. FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS.
DO GÁS. DA ELECTRICIDADE.
DAS CÂMARAS MUNICIPAIS. PROFESSORES
E AGENTES DE ACÇÃO EDUCATIVA.
FUNCIONÁRIOS JUDICIAIS. DOS NOTÁRIOS.
DAS CONSERVATÓRIAS. MAGISTRADOS.
JUÍZES. AGENTES DO "SEF"(estrangeiros
e fronteiras). GNR. POLÍCIAS. MILITARES.

Mais um número considerável de gente,
a reboque dos respectivos sindicatos e que, quando
lhes pisam, ao de leve, os calos, a única resposta
que têm, é iniciar uma GREVE.

Os restantes cidadãos, que não estão na Função
Pública, ficam na, desconfortável, situação
de REFÉNS, perante um Governo, a quem
apontaram uma arma à cabeça:
-Ou recuas, ou já sabes como é.

O Governo não cede à chantagem; quem se amola?

O ZÉ.
Que fica sem transportes; sem aulas para os filhos;
com o lixo por despejar; o electro-cardiograma
por fazer; sem receber a carta com o cheque da baixa,
ou da reforma, ou da pensão; vendo prescrever um
processo difícil, que tinha, em tribunal,
( e os criminosos a rirem, na sua cara);
impedido de fazer a escritura da sua casa;
assaltado, diàriamente, na rua, no comboio, ou,
simplesmente, quando levantava dinheiro no
Multibanco; perdendo uma tarde de trabalho,
no intuito de pagar os impostos, numa repartição
de finanças que não abriu.
E, no regresso à sua casa, na margem Sul,
espera quatro horas, numa bicha, causada por um,
qualquer, bloqueio de protesto, na ponte.

Muito tolerante tem sido o ZÉ, com estes senhores,
embora, às vezes, já tenha sido apanhado a rosnar,
baixinho, que "o que era preciso era aparecer um
Salazar que pusesse fim a esta bandalheira".

Continua a brincar-se com o fogo, inconscientemente,
sem qualquer noção do estado real das Finanças
do País.

Ora, estes "CROMAGNONS",
armados em sindicalistas,
que não trabalham, mas conseguem, sempre, lixar
a vida ao pessoal, deviam era regressar, todos,
às suas cavernas de onde, nunca, deviam ter saído.
E, de caminho, levar, com eles, uns quantos
vermelhuscos, profissionais da arruaça, que, também
já deviam ter ido para a terra de onde vieram.

TLIM