3 Ecos da Falésia: "UM HINO À COMÉDIA E AO HUMOR"

terça-feira, maio 16, 2006

"UM HINO À COMÉDIA E AO HUMOR"

Com estas palavras, foi o filme apresentado, na Imprensa.
De Luis Pedro Nunes, ouvi o elogio que me levou ao Alvaláxia, à única sala, em Lisboa, que o exibia, nessa tarde, para quatro espectadores, eu incluída.
Quanto ao cartaz que anuncia "no nudity, no violence, unspeakable obscenity", deveriam ter omitido o "no violence": Já que, ali, somos sujeitos a uma inominável violência verbal que, por comparação, transforma um Fernando Rocha, ou um Herman José em inocente menino de côro.

Do que se trata? É, mais ou menos assim:
Os realizadores Paul Provenza e Penn Gillette agarram num naipe de bons e conhecidos comediantes e põem cada um deles a interpretar, à sua maneira, o que eles chamam de número de "stand up", supostamente, perante um empresário do Show Business.
No final de cada obsceno relato, à pergunta -"E como é que se vai chamar esse número?"- o actor responde: - "Os Aristocratas." E deve ser suposto pôr-nos a rir, perdidamente, com o título que deu às enormidades que acabou de descrever.
Cada actor traz uma sucessiva e pormenorizada descrição de situações, as mais repugnantes, da pedofilia à bestialidade, com fezes e outros fluídos, à mistura, consoante a respectiva criatividade.

Aguentei, meia hora, estòicamente, sem chegar a ver a prestação de Robin Williams e, se calhar, ainda bem.
Deve haver alguma explicação para se fazer um filme daqueles, exibi-lo num cinema normal e obter apreciações elogiosas da crítica.
Mas é coisa mais para psiquiatra, digo eu.

Arrependo-me é de não ter exigido a devolução do preço do bilhete, embora correndo o risco de ser chamada de puritana.

TLIM