3 Ecos da Falésia: GARRAFAS

quarta-feira, julho 05, 2006

GARRAFAS

Uma medida que o nosso super activo Primeiro Ministro ainda não tomou e que começa a tornar-se premente, é a que diz respeito a uma legislação severa sobre a reutilização de garrafas de água.
Como toda a gente sabe, os Portugueses são, no geral, gente cordata e obediente, que só se exalta um pouquinho po causa de um desafio de futebol. Fora isso, cumprem, escrupulosamente as leis do País, digam elas respeito ao Código da Estrada, ao pagamento de impostos, assiduidade no trabalho, horários a cumprir, urbanidade no tratamento, tudo, tudo, tudo.
Daí a urgência de uma lei que evite certas situações inusitadas.

Volta e meia, um sujeito sequioso, mete à boca o gargalo duma garrafa, convencido de que está a beber água e, vai-se a ver, o que ele está a emborcar é ácido clorídrico, ou lixívia, ou detergente, ou o diabo a sete.
Alguém, movido das mais louváveis virtudes do asseio e da poupança, deitou mão a uma garrafa vazia e colocou-lhe, lá dentro, o produto indicado para ajudar a raspar o sarro da retrete.
Mas há horas do diabo, acontece uma distracção, durante os "Morangos com Açúcar" e coloca-se a garrafa ao lado das outras. Resultado: Lá vai mais um desgraçado, de escantilhão, para o hospital. Se sobreviver, fica com o tubo digestivo feito num oito.
A situação vai-se repetindo, ano após ano e continua toda a gente a ver passar os comboios.

Mas há mais.
Ontem, foram descobertas, no alto da Torre GALP, no Parque das Nações, a 90 metros do chão, 40 - QUARENTA - garrafas de água, com os gargalos cortados, servindo de vasos para uns tantos pés de CANNABIS.
Ou seja: Alguém se lembrou de aproveitar uma velha torre desactivada para ali instalar uns jardins suspensos e embelezar o recinto.
De caminho, tirando o incómodo do sobe e desce, ainda se aproveitavam umas belas fumaças.
Existe alguma lei que especifique que é interdita a utilização de garrafas, com este fim?
Não há. É o que eu digo:
Se fosse proibido, ninguém se daria a um trabalho destes.
E o ESLOVACO, apanhado a descer a escadaria da torre ( levando, casualmente, umas pedras de Haxixe, nos bolsos das calças), se quisesse ir ver as vistas, como explicou, teria utilizado o teleférico, que é para isso que lá está.

TLIM