VIRA O DISCO E TOCA O MESMO
Em palestra, que teve lugar numa universidade do seu País natal - a Alemanha - Bento XVI cita uma frase de um imperador Bizantino.
Tirada do seu contexto, tal como tantas vezes acontece, a frase torna-se susceptível de ser interpretada como uma censura ao Islão. O que, na realidade, não foi.
Podia ter sido evitada. Pois podia.
E podia, também, não ter sido aproveitada para gerar todo o alarido a que se vem assistindo.
Fernando Madrinha disse, mesmo, no Expresso, que "aquilo de que o mundo menos precisa é de um Papa incendiário".
Madrinha terá lido o discurso, na íntegra, ou limitou-se a respigar a frase que deu no gôto a tanta boa alma?
Aguardam-se próximas indignações de Mário Soares, Francisco Louçã, Vital Moreira e por aí adiante.
É o jornalismo a que temos direito, fuçando na polémica e no escândalo. E, de caminho, fazendo o frete ao fundamentalismo Islâmico que se baba de gozo, com tudo isto.
Tanto, que, passadas escassas 24 horas, já, na Palestina, 7 igrejas Ortodoxas tinham sofrido tentativas de incêndio.
Em Teerão, um jornal de língua Inglesa interpretava a citada frase como sendo "um código para iniciar uma nova Cruzada".
Também no Irão, foram suspensas as aulas nas Universidades, substituídas por debates sobre a grande ofensa. Exige-se que o Papa ajoelhe e peça desculpas ao Islão.
Já se assiste, uma vez mais, ao replay das "manifestações espontâneas" da "Rua Árabe", com a inevitável queima de efígies e símbolos dos "infiéis".
Na capital da Somália, após o incitamento à violência, feito por um Imã radical, um grupo armado dirigiu-se ao Hospital Pediátrico e assassinou, com tiros nas costas, uma freira Italiana de 71 anos e o homem que era suposto protegê-la.
Belíssimo exemplo de como são interpretados, por essa escumalha fundamentalista, os ensinamentos do Corão.
Em Itália, surgem ameaças ao Vaticano e ao Clero.
Qualquer dia, é natural que, no nosso País de brandíssimos costumes, recomecemos, pelo sim, pelo não, a pesar as palavras, antes de abrirmos a boca; na rua, no quiosque, nos transportes, no café, não vá o diabo tecê-las e andar, por ali perto, uma orelha fundamentalista ( que pode até ser Portuguesa e tudo) e um bolso com uma faca lá dentro.
É que, entre um agente da antiga Pide e um fanático do Islão, este último é, como temos constatado, muitíssimo mais rápido.
E, desde que, há cerca de cinco anos, abriu a época da caça ao "infiel", nunca mais fechou.
É todos os dias.
É quando um Imã quiser.
TLIM
2 Comments:
O teu título diz tudo: muda o disco e toca o mesmo.
Aliás: vira o disco e toca o mesmo (estas distracções...).
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