3 Ecos da Falésia: MEMÓRIAS DOURADAS

sexta-feira, outubro 19, 2007

MEMÓRIAS DOURADAS



---------------------------------An affair to remember--------------
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---------------------------------The King and I---------------------
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---------------------------------Tea and sympathy-------------------
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Era a época de ouro de Hollywwood, a ida ao cinema era obrigatória nos sábados à noite e escolhiam-se os filmes em função dos actores.
Não me lembro de ter visto um único filme de Deborah Kerr de que não tenha gostado.
E vi-os quase todos.
Muitas vezes funguei discretamente e levei o lenço aos olhos, no escurinho da sala, nesses tão longínquos anos da minha adolescência.
Apreciava-se, então, um bom melodrama, tivesse ou não final feliz.
Edith Head era a figurinista (hoje chama-se designer) chamada a vestir as estrelas e o resultado era deslumbrante.
Na tela, Deborah foi jornalista, dona de casa, freira, viúva, professora, solteirona recalcada, escrava e por aí fora.
Uma única vez interpretou um papel (secundário) de "mulher adúltera". Em "Até à Eternidade".
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Curiosamente, para Joana Amaral Cardoso que, no caderno 2 do "Público" lhe dedica duas páginas inteiras, "a imagem que eternizou a actriz é a do beijo incendiário entre uma mulher adúltera e um sargento nas vésperas da II Guerra Mundial (...) O filme realizado por Fred Zinnemann criou uma imagem forte de um beijo impudente entre um homem e uma mulher, que simbolizou o romance e a transgressão e os tornou ícones de um filme que retratou a corrupção moral do exército norte-americano prestes a entrar na guerra."
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É assim.
Para se fazer o elogio de uma actriz que desaparece, tem que existir, forçosamente, a tal componente erótica, a sugestão do "escandaloso para a época" ou não há nada de que se fale.
Trazer à colacção a corrupção dos E.U.A. também calha sempre bem.
Mesmo que o tema do aludido filme não fosse exactamente esse...
Tirando isso, só enumerar algumas das produções em que ela fazia parte do elenco e arranjar fotos enormes para encher um espaço onde haveria tanto a dizer.
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Isto, claro está, se a menina se tivesse dado à maçada de fazer o trabalho de casa.
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Etiquetas: Obituários, faltas de rigor e o jornalismo que temos.

14 Comments:

At 9:17 da tarde, Blogger Maria said...

Ontem nem notícias ouvi, como deves imaginar....
Foi aqui, hoje que tomei conhecimento da notícia. Ela era fantástica, e aquele Yul Brynner feito rei...

As tuas melhoras, Sininho
Beijos

 
At 9:57 da tarde, Blogger Cristina Caetano said...

É, pode ser... mas a lembrança dela que mais me marcou foi no filme "Ana e o Rei". Soube que ela morreu do Mal de Parkison... é uma doença muito cruel.

Ainda constipada? Melhoras! Também estou :(, desde o dia do meu aniversário. Anda um tempo louco por aqui...
Beijos e bom fim de semana

 
At 10:09 da tarde, Blogger Ana M. said...

Maria:
Pois imagino, imagino...

É assim exactamente.
Lembro-me daquele par fantástico e começo a ouvir "shall we dance"...
Ele morreu novo e acho que nunca apareceu outro com aquele magnetismo pessoal.

Parece que, transposto o 3º dia já me sinto ressuscitada...

Beijinho

 
At 10:27 da tarde, Blogger Ana M. said...

Cris:
Há doenças especialmente cruéis.
Essa é uma e o Alzheimer é outra.

Chega pra lá de pensamentos tristes!
Penso que o meu resfriado já está de abalada.
Se o teu ainda persiste, aplica-lhe o remédio do chapéu de côco.

Não conheces?
Deitas-te bem agasalhadinha e colocas uma garrafa de cachaça (já que vives no Brasil) na mesinha de cabeceira e um chapéu de côco aos pés da cama.
Vais bebendo a cachaça e quando começares a ver 2 chapéus em vez de um, é sinal de que estás quase curada...
Remédio caseiro antiquíssimo!

Beijinho e bom fim de semana

 
At 6:29 da tarde, Blogger Luis Eme said...

Era uma mulher linda...

 
At 8:04 da tarde, Blogger Ana M. said...

Luís:
Era bonita, sim, mas tinha sobretudo muita "presença".
Distinção talvez fosse a palavra certa para ela.

Vista pelos olhos de outra mulher...

 
At 11:21 da tarde, Blogger manhã said...

Brindo à Deborah e a esse magnífico filme "one affair to remember" e também ao "Bonjour tristesse"

 
At 11:31 da tarde, Blogger Gi said...

Lembro-me de todos estes filmes e de mais alguns (para nomes sou uma desgraça), gostei de todos eles. Não a achava particularmente bonita, qu eme perdoem os que acham, mas sim,tinha uma grande presença no ecran.

Sininho.O que é que de hoje em dia faz notícia que não envolva escândalo e se fôr com sexo á mistura melhor ainda ?!...


beijinhos, as melhoras

 
At 12:01 da manhã, Blogger Ana M. said...

Manhã:
Muito bem lembrado esse filme (aliás censurado durante anos) que agora não recordava.
Mais um em que contracenou com David Niven que não era bonito mas se consagrou pelo talento e muita classe.

Beijinho

 
At 12:20 da manhã, Blogger Ana M. said...

Gi:
É o que faz escolher uma única cena picante para publicitar um filme, como estamos fartos de ver na televisão.
Não estou certa de que essa esperteza saloia continue a ter sucesso se um dia as pessoas começarem a usar a cabeça...

Obrigada pelos votos de melhoras.
Acho que resultaram...

Beijinho

 
At 5:14 da tarde, Blogger Cristina Caetano said...

lolololol...vou tentar...juro-te!
Beijinhos

 
At 5:19 da tarde, Blogger Cucagaio said...

É assim, sempre foi assim, e sempre será assim. O que é noticia, não é aquilo que verdadeiramente interessa, mas a cuscuvilhice, e por aí fora, basta ver a nossas revistas e mesmo a televisão para ver o que vende.

 
At 1:24 da manhã, Blogger Ana M. said...

Cris:
Depois me dirás...

Beijinho e melhoras

 
At 1:27 da manhã, Blogger Ana M. said...

Cucagaio:
Pois. E eu já devia achar natural.
Mas continuo protestante e para melhor é que não vou...

 

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