3 Ecos da Falésia: SALA 2 - "DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA"

domingo, novembro 19, 2006

SALA 2 - "DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA"


Ontem à noite, a "2" passou um filme Brasileiro - "Dois Perdidos Numa Noite Suja"- muito bem realizado e magnìficamente interpretado por Deborah Falabella e Roberto Bontempo. Ambos premiados no Festival de Brasília, bem como respectivo realizador - José Joffili. Prémio, também, para o melhor argumento e aqui já algumas dúvidas me ficaram:
O argumento mais não é do que um, quase, remake de " O Cowboy da Meia Noite" de John Schlesinger, de 1969 e que arrebatou vários Óscares, nesse ano.
Curiosamente, veja-se a tradução desse título, no Brasil e compare-se com o desta película, realizada em 2002.
Todo o ambiente e as duas personagens, são, em tudo, semelhantes, às de Schlesinger, com uma excelente Deborah ( Paco) a viver o papel do magnífico Dustin Hoffman (Ratso).
Salvas as diferenças de sexo e nacionalidade, toda a sordidez do ambiente é a mesma, com um intervalo de 33 anos, tempo que separa as duas realizações.
Até a decisão, desesperada, de angariar uma boa maquia, como solução última, é a mesma:
A agressão brutal, a um "cliente" da prostituição.
Se bem que o final de "Ratso" fosse bem mais pungente e, verdadeiramente inesquecível.
Mas, contas feitas, nos dias de hoje, parece que já nada de novo restou, para criar.
São os remakes de velhos filmes. As colectâneas de conhecidos êxitos musicais. O ressuscitar de antigas telenovelas, com novas roupagens.

Quanto a programas recreativos de Televisão, também não é preciso puxar pelas meninges:
A ENDEMOL faz a papinha toda:
É só abrir o pacote e servir, aos preguiçosos Directores de Programas, da Europa inteira.
E depois, ainda alguém se admira com os plágios, atribuídos a certas figuras?

Será que existe alguma espécie de relação entre tudo isto e o aumento acelerado da obesidade nos povos ocidentais, que parecem estar, hoje, mais interessados em comer e beber, do que em aplicarem-se a fazer funcionar a imaginação?

TLIM


















5 Comments:

At 6:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Por acaso tambem comecei a ver esse filme, mas desisti a meio por achar sórdido demais.
Os palavrões então, eram sempre os mesmos em cada frase.
Não aprecio o género.

 
At 9:08 da tarde, Blogger Pedro said...

Tem muito interesse este teu post, Sininho, quanto mais não seja para alguém como eu que estudou argumento e na sequência disso teve de os elaborar para os mais diversos formatos (TV, cinema, publicidade, etc.) e viu quase todas as portas serem-lhe fechadas. Na TV, a conversa é sempre a mesma, as produções ficam muito caras, tem de se apostar naquilo que é de certeza rentável, ou seja: os enlatados (daí vem a Endemol e quejandos); no cinema neste país vive-se da subsídio-dependência: ando em conjunto com uma produtora a enviar resmas de papelada para os concursos do ICAM e no fim ganham sempre os mesmos - o cinema português é o que é e somos nós todos que o pagamos. Quanto à criatividade, ela nunca poderá ser exigida aos directores de programas, Sininho. Pois o que é exigido a esses é apenas e só uma coisa: resultados, ou seja audiências. E como neste país o que vale audiências é a Floribela... Enfim, peço desculpa pelo longo comentário, ainda apra mais quando ee não diz nada de novo... :)))

 
At 11:55 da tarde, Blogger Ana M. said...

Olá, Gota.
Está no seu direito, não ver o que lhe desagrada.
Todo o ambiente do filme é sórdido, como diz, o que não quer dizer que não seja muito bom cinema.
Lá está o aviso inicial destinado às pessoas mais sensíveis.
Ver determinados filmes depende, muitas vezes, da nossa disposição.
Tem dias...

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Olhe, Pedro, o que diz, sobre audiências, só vem confirmar a malfadada situação de "pescadinha de rabo na boca", de que não nos livraremos, tão cedo:
Os espectadores nunca poderão melhorar o gosto, se só virem lixo.
E, para ir ao encontro desse gosto, continua a oferecer-se-lhe lixo e mais lixo.
Pelos vistos, aquele que é importado, ainda acaba por saír mais barato do que o caseiro.
Incomoda-me, especialmente, que certa produção nacional esteja a moldar as gerações mais novinhas (a partir dos 3 anos), à custa de floribelas e morangos.

 
At 12:01 da manhã, Blogger Maria said...

Não vi o filme de ontem, nem sabia que dava, porque estive entretida na 1 a ver o Kilas, o mau da fita.
Mas lembro-me de há muitos anos ter visto o "Midnight cowboy" e ainda hoje retenho as interpretações dos dois actores principais.
Sobre a nossa TV nem vale a pena falar. Afinal não é são os shares que ditam os programas que nos impingem? A concorrência apenas faz o que lhe compete: concorre, dá aos espectadores o que eles (a maioria) querem...

 
At 11:54 da manhã, Blogger Ana M. said...

Maria:
Resta-nos a"2"e esperemos que, por muitos e bons anos, para as minorias pouco apreciadoras de lixo...
O Kilas era, verdadeiramente, impagável...

 

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