GRANDES PORTUGUESES
Tivémos, ontem, o gosto de ver a reaparição de Maria Elisa, com óptima aparência, em 467 locais diferentes, na apresentação do novo e polémico programa cultural da RTP, GRANDES PORTUGUESES.
Salazares àparte, foram-nos dadas a ouvir variadíssimas opiniões, todas elas válidas, embora algumas das seleccionadas, de entre o público anónimo, fossem assás curiosas.
Eu destacaria, por exemplo, a da menina que votava em António Variações, esse típico exemplar da Cultura Lusa.
Ou a outra que elegeria Bárbara Guimarães, outro vulto incontornável do nosso meio Intelectual.
Mas a declaração da noite pertenceu, sem qualquer dúvida, ao ilustre Director Artístico do Teatro Maria Matos, Diogo Infante:
- "O maior Português, de sempre, é Mourinho, sem qualquer dúvida. Nem D. Afonso Henriques conseguiu, algum dia, VISIBILIDADE semelhante!"
Fiquei amarfanhada, tão certeiro foi o tiro que, naquele instante, deitou por terra a aura que, durante todos estes anos, sempre envolveu a figura do Fundador da nossa Pátria.
E, no entanto, quão sábias foram aquelas palavras!
Podia D. Afonso Henriques passar dias e dias a combater Sarracenos ou Castelhanos, à espadeirada, que pouca VISIBILIDADE conseguia, fora dos locais das pelejas, sendo que as informações, sobre as vitórias conseguidas, levavam dias a chegar a outras paragens.
A VISIBILIDADE, dependia, então, exclusivamente, das condições atmosféricas:
Estando um dia de sol, era boa.
Já com nevoeiro, era péssima.
Veja-se, agora, Mourinho: Mesmo residindo na nevoenta Inglaterra, se tiver um simples desabafo gástrico, quase imediatamente, é transmitido o facto ao mundo inteiro, com direito a directos nos Telejornais, mesas redondas com comentadores especializados na matéria e grandes títulos na Imprensa: Onde comeu a sua refeição anterior, qual a ementa, os alimentos estariam em boas condições, vai processar o restaurante, acha que terá sido alguma coisa que lhe puseram na comida, já foi ao médico, receitaram-lhe algum medicamento para os gases, a família ficou preocupada, o que é que acha que as pessoas vão dizer sobre o facto, constrangedor, de ele se descuidar em público, isto poderá a vir a afectar os treinos e por aí adiante.
VISIBILIDADE até dizer basta.
Andava alguém atrás de D. Afonso Henriques, de microfone na mão, a indagar qual o ferreiro onde o nosso Rei mandava fazer as revisões do espadalhão que usava nas batalhas?
Ninguém se interessava.
Já com Mourinho, é só ele abrir a porta do automóvel e pôr um pé no chão e já está rodeado de jornalistas, com mil perguntas pertinentes.
Foi D, Afonso Henriques, alguma vez, solicitado a emprestar a sua imagem para, por exemplo, a divulgação das maçãs de Alcobaça?
Não consta.
Já Mourinho não pára, multiplicando-se em anúncios a bancos, relógios, artigos de toillette e o mais que for.
Não é isto VISIBILIDADE?
Atente-se na figura do nosso primeiro Monarca:
Um primitivo que nem devia saber comer, decentemente, à mesa, ou à távola, ou lá o que fosse.
Em todas as fotografias de época, lá estava ele, sempre com a mesma armadura, ou cota de malha, a mesma espada e o melhor é nem nos referirmos ao seu corte de cabelo e barba: Um desleixo que só visto.
Não admira, portanto, que ninguém se interessasse em promover a sua VISIBILIDADE.
Em que Revistas do Coração é que ele aparecia? Lembram-se de alguma?
Já Mourinho...
Este jovem Diogo Infante, a analisar estes temas com tamanha argúcia ainda é capaz de chegar a Ministro Adjunto do Primeiro Ministro e, quem sabe, em futuras eleições, que surpresas nos reservará, ainda?
Tem, desde já, direito ao meu voto, incondicional, nas listas da Maria Elisa.
TLIM
8 Comments:
E o que escolheu a Nelly Furtado?
Cara gota:
Pois desse também gostei muito.
Mas o maior português de sempre não era aquele moçambicano que andava de feira em feira, com mais de 2,50m?
Ora esta, Luís Milheiro!
Lá vou ser obrigada a fazer um post sobre o Gabriel Monjane...
O Diogo Infante é um homem livre e tem o direito a ter a sua opinião.
Como qualquer de nós, como qualquer portugay...
Este Anónimo das 11.21 é um malandreco...
Só me admira quem se deixa engajar neste tipo de programas.
Faz-me lembrara a conversa deste aluno na Madeira
http://igagalhofa.blogspot.com/2006/10/tramaram-este-povo-superior.html
- um aluno: "ame um gajo, alevantasse cedo e vai apanhar o urario da radoeste, chega a escola um furo, a gente vaisse jugar a bola, cadespois a pessora é reles e vaissse mas é pa merciaria do bixiga, veinho com lanranjada é qé bom. Aulas da purtuguês, anglês, aistoria, matimatica, a gente nã gosta, eu goste é jugar a bola, que cando for grande quero ser cumo o Ronaldo"
Caro A. Leitão:
Se não existissem programas assim, aonde iríamos buscar inspiração para fazer uns posts?
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