3 Ecos da Falésia: CONTEMPORIZAR COM A VIOLÊNCIA

terça-feira, junho 19, 2007

CONTEMPORIZAR COM A VIOLÊNCIA


O que está a dar, para a rapaziada se divertir ao estilo "matilha de cães perigosos contra velhota indefesa", é juntarem-se uns valentões e arremeterem contra um colega mais fraco.
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À partida a vítima fica logo em posição desfavorecida, dada a desproporção das partes.
E, a seguir, porque a escolha recai precisamente sobre alguém que, por ser tímido, frágil, ou de alguma forma, diferente, se presta às mil maravilhas para ser o bombo da festa.
Estas jovens criaturas crescem impunes para, anos mais tarde, chegando à faculdade, darem vazão ao instinto predador, agora por meio do que se convencionou chamar de "praxes académicas", as quais, de praxes e de académicas, só têm o nome.
Poucas são as vítimas que apresentam queixa, com receio de represálias.
Pelo meio de tudo isto, há a lamentar a perda de vidas e sequelas físicas e psicológicas em alguns dos que sofreram na pele este tipo de jogos.
A complacência dos responsáveis pelos locais, onde seria suposto os alunos receberem uma capaz formação para a cidadania, soma e segue.
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E, sim, convém não omitir que também da Academia de Polícia vieram notícias sobre "praxes" sórdidas com humilhações de cariz sexual, exercidas principalmente sobre elementos femininos. Mas não só.
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Normalmente, quem é muito humilhado em pequeno, tende, mais tarde, a humilhar os outros quando se encontra em situação de o poder fazer.
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Desde, evidentemente, que sobreviva às brincadeiras do recreio.
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19-Junho-2007

13 Comments:

At 9:21 da manhã, Blogger Barão da Tróia II said...

Os putos imitam a sociedade, permissiva, imbecil e inepta que vêem, a incapacidade dos pais, dos professores e dos governos de gerar modelos alternativos de sociabilização chegou a isto. Nunca fui muito de praxes, no tempo em que ia à escola a coisa era dura, mas sem humilhação, era violênta porque nós humanos somos violentos, no secundário já não fui praxado, o 1,90 de altura e os 100 quilos intimidavam, na Universidade já era homem feito, ninguém sequer falou para mim, na tropa passei os 9 meses de curso a ser praxado, desde a brincadeira mais parva à coisa mais humilhante, confesso que não gostei, mas compreendo que faça parte do meio castrense. Boa semana

 
At 11:35 da manhã, Blogger Lana said...

Olá Sininho,
pois é infelizmente tens razão e tb a tem o barão...
1 sorriso mto luminoso
Lana

 
At 12:44 da tarde, Blogger Ana M. said...

Barão da Tróia II:
É como diz. Não falo de vulgares brigas entre dois miúdos. Isso faz parte do crescimento.
Este novo tipo de violência, pelo contrário, está muito para lá da normalidade.
Infelizmente os maus exemplos que abundam no nosso meio, não podiam dar bons frutos, mas o mais grave é que continua a meter-se a cabeça na areia:
Demasiados pais desculpabilizando todas as tropelias dos filhos.
Demasiadas escolas, tentando esconder os factos, para não "dar mau aspecto".
E os poucos professores que gostariam de agir, vendo-se de mãos atadas pelos regulamentos que os inibem de castigar devidamente os meninos mal comportados.
Assim se pensa construír um futuro.

 
At 12:47 da tarde, Blogger Ana M. said...

Lana:
Oxalá não estejamos a chocar monstrinhos...

Beijinho

 
At 1:34 da tarde, Blogger Luis Eme said...

Quando vejo estas notícias, fico preocupado, porque o meu filho tem apenas nove anos...

 
At 2:38 da tarde, Blogger Ana M. said...

Luís:
Posso bem entender a tua preocupação.
Seria exactamente a minha, se tivese a tua idade.
Os meus netos já passaram a fase mais crítica, com excepção da mais pequena que, por ser rapariga, talvez se safe...
São tempos levados da breca, isso sim.

 
At 3:52 da tarde, Blogger Maria said...

Isto é tudo horrível, Sininho.
Depois de te ler, lembrei-me de "argumentos" ditos em tribunal por pedófilos, alegando que quando eram miúdos também tinham sido alvo de violações e outras sevícias...
Depois há os bons exemplos que vemos na televisão, em filmes ou em notícias reais, e estou a lembrar-me de algumas escolas no país do snr. bush.
E da violência com que os prisioneiros no Iraque são tratados pelos militares americanos e/ou ingleses que por lá insistem em ficar...
Onde vamos parar?

Beijinhos....

 
At 6:08 da tarde, Blogger Ana M. said...

Maria:
A infância marca-nos sempre, de uma forma ou de outra.
Posso até acreditar que muitas das alegadas "brincadeiras" se inspirem nos "bons" exemplos vistos nesses filmes "de acção" que são os maiores êxitos de bilheteira, em todo o mundo.
Entretanto, violência no cinema sempre existiu e nem por isso fazia das nossas crianças uns selvagens.
Não estava era tão banalizada e promovida na televisão.
E, actualmente, o papel educativo está quase limitado ao televisor e ao que lá se passa, já que os pais se demitem do dever de educar. O tempo é escasso e a disposição, nenhuma.
As escolas são a balda que sabemos, em que até alguns familiares de alunos lá vão para bater nos professores.
Os problemas sociais estão em ponto de rebuçado.
É um rico caldinho de cultura para a violência se desenvolver.
Mas, como a venda de armas não é cá permitida, ainda não chegámos aos excessos de "Columbine".
Esperemos nunca lá chegar.

Beijinho

 
At 12:05 da manhã, Blogger Rui Viana said...

INTERVALO PARA PUBLICIDADE

Há um novo blog em Sesimbra ( http://aomeulado.blogspot.com ). De e para todos. Participe

FIM DA PUBLICIDADE

 
At 12:08 da manhã, Blogger Rui Viana said...

Desculpa Sininho pela intromissão, mas ainda preciso de publicidade e o budget para marketing está esgotado, logo tenho de ir à boleia dos vizinhos!!!

 
At 12:47 da manhã, Blogger Ana M. said...

Aomeulado:
Não me importo que uses este espaço para publicitares o teu, mas experimenta escrever mais qualquer coisa além da publicidade...
Linda fotografia a do teu blog.
E muito familiar, para mim...

 
At 6:33 da tarde, Blogger Cucagaio said...

Normalmente é assim, cá se fazem, cá se pagam.

 
At 7:17 da tarde, Blogger Ana M. said...

Cucagaio:
É uma faceta sinistra deste nosso mundo.

 

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