MUITO SIMBÓLICO, DRAMATÙRGICAMENTE.
A nossa Cláudia Dias, que tinha prevista uma exibição, integrada no Festival Internacional de Dança "New Territories", em Glasgow (Escócia), viu-se impedida de actuar, devido a uma actual e inoportuna lei, que proíbe o fumo em locais públicos, incluindo o palco do teatro.
A directora de produção do espectáculo lamentou o acontecido, ao mesmo tempo que acedeu a fornecer alguns pormenores que integrariam a actuação de Cláudia:
"A coreografia implicava que ela fumasse durante a sua performance, o que não pôde fazer, em virtude da lei vigente na Escócia.
O facto de fumar era parte integrante da sua coreografia e, qualquer alternativa, ia, dramatùrgicamente, implicar com o seu trabalho.
A bailarina tem de fumar, em cena, para simular um nevoeiro sobre a cidade de que fala e apaga o cigarro numa garrafa com água, entre as pernas, o que é tudo muito simbólico".
A performance de Claudia Dias inclui produtos de uso diário como lenços, fósforos, rebuçados, cigarros e tampões.
Estas novas e maravilhosas concepções da dança contemporânea, de repente, dão de caras com leis absurdas e fundamentalistas, como esta, que o nosso querido Miguel Sousa Tavares nunca se cansa de exorcizar.
E lá se vai assim, de um momento para o outro, o simbolismo, dramatùrgicamente pelo cano abaixo.
A garrafa, já sabemos onde estava, estratègicamente, colocada, para apagar o cigarro.
Os rebuçados, podemos calcular, ou se calhar, nem por isso.
Quanto aos demais adereços, confesso-me muito pouco imaginativa.
Dramatùrgicamente, falando.
TLIM
( Notícia do "SOL online", de 07/02/2007)
11 Comments:
Sininho.
Onde está a,.
imaginação lusa ?
É proibido o cigarro ?
Um coto, uma vela, um isqueiro,
a chama de um poço de petróleo,.
do Bin Lsdin, sei lá pá.
bjs)
Poetaeusou:
Dizes bem. Não faltariam produtos que produzissem fumo, sem o cigarro.
Bastava pôr a arder umas ervas secas,inofensivas, em recipiente apropriado. Nem seria preciso recorrer ao Bin Laden...
Mas...não seria o mesmo, dramatùrgicamente (adorei esta palavra).
Sininho
Adorei o dramatúrgicamente.
Vivemos num país com liberdade de
expressão (digo eu), logo podemos,.
inventar palavras. Óbvio.
bj)
Arder umas ervas secas... que fixe, sairia de lá tudo ganzado... dramaturgicamente falando.
Sininho, para fim de campanha e dia de "reflexão" (dramaticamente falando) este texto está do melhor...
Um beijo de boa noite
E esta? Já não se podem fazer números de fumador em palco...
Será que também vamos passar a ter um cinema sem a beleza e profundidade do fumo?
Maria:
Ai, ai, ai, que tu és muito mal intencionada...
Eu disse (dramatùrgicamente) INOFENSIVAS!
Um beijinho e vai lá reflectir.
Luís:
Podes crer.
Os filmes do Humphrey Bogart, dentro em pouco, ou levam uma "limpeza digital", ou deixa de ser permitida a sua divulgação...
Vai lá ver à Wikipédia se o Churchill aparece, na foto, de charuto na mão...
E não é a teoria da conspiração.
Olha, versejei.
Boa noite.
' epá, se calhar se ela dispensasse o tabaquito e desse mais atenção ao uso dos tampões ninguém dizia nada... fica a lição, para a próxima já sabe...'
Mega:
Aí está uma sugestão muito pertinente.
Esta gente nova não está habituada a pensar e depois são só transtornos.
Esse teatro escocês deve ter uma agenda algo limitada, diga-se de passagem, pois são várias as peças de teatro, operetas, espectáculos musicais, etc. nas quais há personagens que fumam (dramturgicamente ou nem por isso...).
De qualquer forma, são muito positivas estas limitações, pois aproximam-nos das justas restrições impostas no mundo islâmico e assim ficamos todos mais parecidos num mundo de sã convivência e multicultural...
Pedro:
Nem sabes como me apraz registar essa tua conversão ao "polìticamente correcto".
A propósito do teu comentário,
acabei de ver, no noticiário da Sic, a inauguração duma casa da cultura islâmica, lá por terras algarvias.
Foi bem pensado, para, finalmente, começarmos, também, a corresponder à boa vontade com que são encaradas todas as casas da cultura cristã, que já existem em países muçulmanos.
Não era sem tempo!
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