AO MEIO DIA EM PONTO, EU NÃO VOU GUARDAR UM MINUTO DE SILÊNCIO
Quando é sugerido um minuto de silêncio por alguém, a primeira coisa que me vem à cabeça é uma homenagem póstuma.
O silêncio está ligado à morte, não à vida.
Lembro-me, como exemplo, do silêncio nos estádios de futebol, a seguir á morte trágica de Miklos Feher, mas não me lembro de ser pedido um minuto de silêncio por alguém vivo ou mesmo doente.
Uma oração é coisa diferente, feita em silêncio ou em voz alta.
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Este apelo, diz-se, circula há já vários dias, na net, sob a forma de e-mail anónimo, enviado e reenviado.
Não imagino quantos milhares de pessoas irão acatar a sugestão, tal a vocação das massas para serem manipuladas.
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Eu não sou muito diferente da maioria das pessoas.
Mas tenho um defeitozinho genético que os meus pais designavam por "espírito de contradição" e que, volta e meia, me acarreta alguns dissabores.
A última coisa que me apetece é sentir-me "levada" ou "empurrada".
Meto logo travões a fundo.
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Esteja Madeleine viva ou morta, nada garante que este apelo anónimo não possa mesmo partir do seu algoz, em suprema e sádica demonstração de impunidade.
Num mundo infectado pelas perversões mais inimagináveis, esse anonimato impede-me, à partida, de enfileirar em manifestações colectivas deste teor.
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Mas desejo, com todas as minhas forças, que esta minha suspeita não tenha o menor fundamento.
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5 Comments:
Este post foi escrito e publicado na Segunda Feira dia 21 de Maio às 11H:50M.
O dia e a hora que lá aparecem,
tiram, assim, sentido ao título.
Estou totalmente em acordo. Uma idéia equivocada e muito infeliz.
Que gastem o tempo rezando ou pensando positivamente - conforme a fé de cada um - por notícias da Madeleine.
Já é muito absurdo o desaparecimento desta criança e a falta de pistas durante tanto tempo!!!!
beijinhos
Cris:
Acho que a tua expressão "ideia equivocada" se adapta lindamente a esta iniciativa.
Beijinho
Estamos aprecisar todos não de um minuto de silêncio, mas muito mais tempo sem o ruído sensacionalista da histeria dos media sobre este assunto.
Que descubram a menina e os culpados é o que eu mais desejo, mas que já anda isto tudo, inclusive os pais, a meter impressão a mim e a muita gente, para não dizer outra coisa, ai isso anda.
Pedro:
Sinto o maior respeito pela situação daqueles pais.
Entretanto, ultrapassaram-se algumas barreiras do bom senso.
Tanto cá como por todo o mundo.
E muito crápula já está a tirar proveito da situação com os golpes e as vigarices do costume.
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