
A fazer fé no "
Público" de hoje, dentro de um ano deixaremos de poder acender as lareiras que, nas nossa casas, são o grau supremo do conforto, nas noites de Inverno.
A lei que vem aí, proíbe "
qualquer tipo de combustão directa, em recintos fechados".
Se calhar as chamas do gás natural que nos obrigaram a instalar na cozinha não representam uma "combustão directa".
Ou então seremos obrigados a mais despesas para instalar os exaustores que as autoridades decretarem como apropriados.
Num país onde ainda há regiões não servidas de electricidade e água canalizada, surgem de repente todos os fervores ambientalistas soprados por Bruxelas.
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Se os nosso responsáveis já estão a entrar na fase do delírio, eu, cumpridora escrupulosa que tenho sido, de todas as leis e obrigações que me são impostas, vou então entrar na etapa da prevaricação assumida.
Começo por comprar uma shotgun e respectivas munições, a um qualquer cigano que tenha cara de contrabandista.
A seguir, meto umas explicações sobre o manuseamento da dita, remunerando algum desses instrutores que andaram a treinar os senhores da
ASAE.
E fico à espera.
No dia em que um inspectorzeco, desses que andam aí armados em Chuck Norris, me bater à porta para selar a minha rica lareira, ou obrigar-me a colocar-lhe um vidro tipo aquário, não vou pensar duas vezes.
Seja homem ou mulher, católico, judeu, muçulmano, budista, testemuha de jeová, branco, negro, amarelo ou azul às riscas, apoiante da extrema direita, da extrema esquerda, heterosexual, homosexual, transexual ou metrosexual, alto, baixo, gordo, magro, vegetariano ou comedor compulsivo de hambúrgueres, fumador, abstinente, de cara tapada ou descoberta, ou o próprio José Castelo Branco ao vivo e a cores, ah minha gente, eu não vou pensar duas vezes.
Rapo da arma e espeto-lhe um balázio bem no meio dos chifres.
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Desgraço-me, é certo. Mas pelo menos, levo um ou dois deles, à minha frente.
Depende do tremor das mãos.
APRE!!!.
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